18 de out. de 2013

CASA VAZIA

O trecho abaixo declara, em linguagem simples, que a volta de um espírito expulso é possível e, além disso, que traz outros espíritos piores junto com ele.
            "Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso, diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa." (Mateus 12:43-45.)
            O sentido está bem claro. Se a "casa" continua desocupada, varrida e ornamentada, é um convite aberto para problemas piores. A casa tem de ser ocupada por Deus.
            A mesma estratégia de Satanás encontra-se também em Lucas 11:24-26. Vamos examinar os dois casos. Em Lucas, Jesus expulsou um espírito mudo de um homem, e o homem passou a falar. Alguns expressaram a crença que Jesus o fez pelo poder de Belzebu, o chefe dos diabos.
            Jesus explicou que, se fosse verdade, o reino de Satanás estaria dividido contra si mesmo e, assim, cairia. E continuou dizendo: "Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós."
            Jesus estava falando com um grupo de judeus que tinham desenvolvido uma religião negativista. Eles tinham tirado muitas coisas da sua vida, mas o que as substituía? Eles estavam rejeitando a religião positiva que Jesus lhes oferecia. Para dar ênfase a esse ponto, Jesus usou uma ilustração que eles pudessem entender. Se eles não colocassem uma coisa positiva em sua vida depois de eliminar tantas negativas, seria como alguém liberto de demônios que não colocasse nada positivo no lugar do negativo. Eles acabariam ficando piores do que estavam antes.
            O contexto de Mateus é mais claro ainda. Jesus acabou sendo condenado por ter colhido espigas de milho no sábado; curou o homem de mão ressequida, também no sábado. De novo, os fariseus O acusaram de expulsar os demônios por Belzebu. Jesus mostrou que as palavras deles procediam de um coração mau. Eles já tinham visto bastante para mudarem sua vida, mas eles não tinham mudado nada. Sem mudança, eles se tornariam piores — como um homem purificado de demônios que não encheu sua "casa" com Deus.
            Jesus está dizendo que chega uma hora em que devemos colocar coisas positivas em nossa vida. Sempre tem de haver uma igualdade entre os fatores negativos e positivos. Depois que a carne está crucificada e os demônios são expulsos, devemos colocar Jesus em nossa vida, deixar Jesus reinar em nós.
            De fato, a razão de se ficar livre dos demônios é para se possuir mais de Jesus!
             Com que enchemos a casa? JESUS! Ser cheio de Jesus é ser cheio de PUREZA e PODER. Estas duas palavras caracterizam a pessoa de Jesus. Como veremos, nossa pureza vem através de nossa habitação em Cristo, e o resultado é o FRUTO DO ESPÍRITO: nosso poder vem por meio do batismo no Espírito Santo, e os resultados são os DONS DO ESPÍRITO.
            Tem de ser entendido que para encher a casa leva mais do que uma oraçãozinha acrescida no fim do ministério de libertação. Tenho ficado apavorado, mais de uma vez, ao ouvir alguém dizer no fim de uma libertação: "Agora, Senhor, encha todos os lugares vazios. Amém!". Tenho visto muitas pessoas perderem sua libertação por falta de saberem como encher as casas deles ou com que enchê-las.
            Os dons e o fruto do Espírito Santo têm de tomar o lugar de cada demônio expulso? Isto é responsabilidade da pessoa liberta. O ministério de libertação deve enfatizar o fato de que cada pessoa é responsável por sua própria "casa".

Enchendo a "Casa" com o Poder do Espírito Santo
            Uma das últimas coisas que Jesus disse antes de Sua ascensão foi: "... vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (Atos 1:5). Encontramos a promessa cumprida em Atos 2, que relata o Pentecostes:
            "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem." (Atos 2:4.)
            Qual foi o objetivo deste batismo no Espírito Santo? Jesus explicou que seria um revestimento com poder. (Veja Atos 1:8.) Depois que o batismo veio em Pentecostes, como foi manifestado o poder?
            Isto é um assunto muito interessante, que não podemos pesquisar completamente aqui, mas pode ser observado que o poder do Espírito Santo operando por meio dos discípulos foi manifestado através dos nove dons sobrenaturais do Espírito. Estes dons são enumerados em 1 Coríntios 12:7-11:
            (1) a palavra de sabedoria;
            (2) a palavra de conhecimento;
            (3) fé;
            (4) dons de curar;
            (5) operações de milagres;
            (6) profecia;
            (7) discernimento de espíritos;
            (8) variedade de línguas;
            (9) interpretação das línguas.

            O livro de Atos inteiro demonstra como o poder do Espírito Santo operou por meio destes dons! Através de  Pedro e João um dom de cura foi ministrado a um coxo (cap. 3); palavras de sabe­doria e de conhecimento vieram a Ananias para ministrar a Saulo-(cap. 9); pelo discernimento do espírito Paulo expulsou o demô­nio de adivinhação numa jovem (cap. 16); Pedro falou a palavra de fé a Ananias e Safira, e eles caíram mortos (cap. 5); por meio de Pedro, um milagre de ressurreição trouxe Dorcas de volta à vida (cap. 9); enquanto Pedro pregava na casa de Cornélio, houve lín­guas e a interpretação delas (cap. 10); por meio de um discípulo chama Agabo, a igreja foi abençoada por profecia (cap. 11).
            Os demônios detestam estes dons do Espírito Santo e fazem os homens também detestá-los. Por quê? Porque a operação des­tes dons de poder sobrenatural derruba a obra de Satanás. A pre­sença dos demônios e seus truques são expostos pelo discernimento dos espíritos e pela palavra de conhecimento. O mal que os de­mônios fazem é desfeito pela palavra de sabedoria, pela fé, pelos dons de curar e pelos milagres. Seus planos para acabarem com a pessoa são desviados por uma palavra de profecia ou por línguas com interpretação. Por isso, os demônios opõem-se aos dons!
            Estes nove dons também são dados à Igreja para sua edificação. Satanás é o inimigo da Igreja e faz tudo para acabar com o que foi estruturado para edificar o Corpo. Ele ataca os dons, especialmente o de línguas, que tem um objetivo especial na edificação do crente; (Veja 1 Coríntios 14:4.)
            Se, por acaso, a pessoa liberta não foi batizada no Espírito San­to, ela deve ser encorajada a recebê-Lo e a desejar os dons espiri­tuais. Temos visto muitas pessoas receberem o batismo no Espírito Santo como um clímax de sua libertação. O poder do Espírito San­to é de grande importância para conservar a libertação.
            Os já batizados no Espírito Santo devem ser encorajados a "procurar, com zelo, os melhores dons" (1 Coríntios 12:31), e o dom melhor é aquele que ministrará às necessidades dos outros em determinadas situações. É bem comum as barreiras aos dons serem derrubadas por meio da libertação. Há demônios especializados que procuram impedir a operação dos dons espi­rituais. Depois da libertação, a "casa" deve ser cheia com o po­der do Espírito Santo.

Enchendo a "Casa" com o Fruto do Espírito
            O fruto do Espírito está enumerado em Gálatas 5:22, 23:
            (1) amor;
            (2) alegria;
            (3) paz;
            (4) longanimidade;
            (5) benignida­de;
            (6) bondade;
            (7) fidelidade;
            (8) mansidão;
            (9) domínio pró­prio.
            Os nove frutos representam a verdadeira natureza de Je­sus. Quando o fruto do Espírito Santo é produzido na vida do cristão, ele se torna identificado com Jesus em seu caráter.  Os demônios são exatamente o contrário do caráter de Je­sus. Eles entram na pessoa para projetar no mundo seu próprio mau caráter através dessa pessoa.
            Então, o que desejamos com a libertação é expulsar os demônios, juntamente com sua in­fluência, para depois substituí-los por Jesus e o fruto do Espí­rito. Se alguém entende mal e não faz disso um alvo definitivo, quaisquer benefícios alcançados pela libertação, aos poucos, estarão perdidos.
            Então, para alcançar os benefícios permanentes da liberta­ção, a "casa" tem de ficar cheia do Espírito Santo e assim ser deixada para sempre. Senão, os espíritos imundos voltarão e tal­vez mais poderosos ainda.
            Antes de continuar, temos de esclarecer bem como o fruto do Espírito é produzido. Encontramos a resposta na parábola da videira e dos ramos:
            "Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não per­manecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim." (João 15:4.)

Nota: O fruto não é produzido por ação independente nem por esforço próprio. O fruto aparece tão-somente se permane­cermos na videira! Então, a palavra-chave é "permanecer". O per­manecer na Videira significa ficar ligado a Jesus de modo que a vida de Cristo fluirá no ramo e resultará no fruto. Como é que alguém permanece? Veja a resposta como está no versículo 10: "Se guardardes meus mandamentos, permanecereis..".
            Permanecer é sinônimo de guardar os mandamentos do Senhor. E o que é que teremos por esta obediência em permanecer? Leia mais: "Meu AMOR... meu GOZO" - o primeiro fruto do Espírito Santo.
            Ao obedecer, temos comunhão com o Senhor e obtemos Seu amor, Seu gozo e Sua paz. Ao desobedecer, nossa comunhão com Deus é quebrada e Satanás consegue uma entrada. Aprendamos do exemplo de Jesus. O que era que Jesus estava falando no con­texto bem antes da parábola da videira e dos ramos?
            "... aí vem o príncipe do mundo; E ELE NADA TEM EM MIM... E QUE FAÇO COMO O PAI ME ORDENOU." (João 14:30,31.)
            Aqui Jesus explicou que o diabo não tinha nada com Ele, pois Ele foi completamente obediente ao Pai. Ele nunca pro­nunciou palavra nenhuma nem agiu senão por ordem do Pai. Por isso, Jesus pôde dizer:
            "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos do meu Pai e no seu amor permaneço."
(João 15:10.)

 O Fruto Chamado Amor
            O Sr. A. tinha sofrido um esgotamento nervoso uns doze anos atrás. Ele continuava com problemas emocionais ainda depois do tratamento intensivo, inclusive, havia sido hospitali­zado durante algum tempo. Finalmente ele ouviu falar do minis­tério de libertação. Os demônios responsáveis por seus proble­mas emocionais foram expulsos.
            Ele também recebeu uma cura no cérebro, de modo que as coisas apagadas de sua memória, por choques elétricos, começaram a voltar. Com a volta da me­mória, ele se lembrou do nome de um dos funcionários do Hos­pital Psiquiátrico que lhe fizera uma injustiça séria. O Sr. A. sentiu-se cheio de amargura e ódio contra aquele homem. Co­meçou a pensar em matá-lo, se pudesse encontrar-se com ele.
            Neste ponto, o Sr. A. veio à procura de mais libertação. Ex­pliquei que ele tinha de arrepender-se do ódio, e perdoar a pes­soa por um ato de sua própria vontade, e perdoar àquele ho­mem. Ele não respondeu ao meu apelo. Pelo menos por cinco minutos ficou sentado, em silêncio, tentando resolver, optar pelo sim ou pelo não; a ficar com seu ódio ou cumprir os requisitos de Deus para ficar liberto. Foi preciso toda a sua força de vonta­de, mas no fim ele disse: "Com a ajuda de Jesus, eu perdôo aque­le homem". Por este ato de sua vontade, ele abriu o caminho para sua própria libertação.                                                
            "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, tam­bém vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas." (Mateus 6:14, 15.)
            Conheci poucas pessoas que obtiveram uma libertação como ele. Quando os demônios de amargura, ódio, rancor, raiva, violência e homicídio foram expulsos, ele imediatamente os substituiu pelo amor de Jesus — o amor que perdoa um inimigo. Num instante, a vida espiritual deste homem começou a florescer. Os rios de água viva começaram a fluir dele, e começou a ministrar a ver­dade e a vida àqueles que estavam ao seu redor. A sua alma ficou inundada com a paz e o gozo do Senhor. Ele obedeceu à ordem de Deus, perdoando o inimigo, e recebeu o fruto daquela obediência. O ódio foi substituído pelo amor.

O Fruto Chamado Alegria
            Joãozinho tinha muitos problemas, apesar de ser uma criança de apenas cinco anos. Seus pais tinham chegado a ponto de desquitarem-se. Havia muita tensão e tumulto no lar, desde que ele nasce­ra. A mãe de J. nos contou que ele tinha medo de tudo e constante­mente estava puxando-a para segurá-lo. O nervosismo dele era ób­vio. O menino era muito infeliz em tudo, e sua mãe o trouxe para o ministério de libertação.
            Enquanto estávamos com um irmão e uma irmã mais velhos, J. engatinhava, querendo saber quando ia ser a vez dele. Em sua própria maneira de ser, ele sentia a importância daquilo que ia acontecer. Ele estava sério e impaciente.
            Quando os primeiros demônios foram enfrentados, os espí­ritos maus fecharam os lábios de J. em oposição - um gesto sig­nificando "não sairemos de jeito nenhum". Mas em nome de Jesus eles foram forçados a sair. Eles saíram, e sua saída foi acom­panhada de muita ânsia de vômito e cuspe. A luta não foi fácil e durou trinta minutos. J. venceu sorrindo e logo disse: "Quero um espelho. Sinto-me tão bem, devo estar diferente!"   E assim era. O seu rosto estava radiante. Com a ausência dos demônios, a alegria podia ser revelada.
            Há muitas pessoas, jovens e velhas, como J., que são tristes. A vida delas é um fardo; não há vitória nem esperança. Para os sem alegria na vida, como são promissoras as palavras de Isaías que descrevem o ministério de Cristo e Sua Igreja:
            "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos quebranta­dos, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que cho­ram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, ves­te de louvor, em vez de espírito angustiado; a de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória." (Isaías 61:1-3.)

O Fruto Chamado Paz
            A Sra. B. ficou liberta do espírito de tormento que tinha en­trado nela através de um grande medo. A Palavra diz: "O medo produz tormento" (1 João 4:18). Ela contou que em certas horas uma agitação frenética tomava conta dela. Ela não podia agir nem pensar normalmente. Estando num destes estados agitados ela disse: "Por que estou deste jeito? Isto não sou eu". Quando a pres­são das circunstâncias diminuiu, a manifestação do tormento apa­receu mais nitidamente, e ela percebeu que um espírito mau esta­va criando crises que, na realidade, não existiam.
            Depois de cada uma dessas crises ela se sentia mal - agita­da e queimando por dentro - e era tomada pelo espírito de condenação. A Palavra diz: "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens" (Romanos 12:18). Este espírito de tormento desalojava a paz - não somente nela, mas em toda a família.
            Depois de expulsar este espírito, juntamente com vários de seus companheiros, ela sentiu uma grande paz. No dia seguinte, ela continuou falando da paz em seu íntimo. Mas o espírito mau continuou tentando-a em sua mente, e conseguiu entrar mais duas vezes. Logo que a Sra. B. reconheceu os truques do demô­nio, fechou a porta de uma vez, com a fé e a confiança em Deus.

            Agora, ela goza de liberdade total. Está livre para ser um canal pelo qual o fruto do Espírito da paz pode fluir aos outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário