O RESPEITO ÀS
PESSOAS E SUAS EXPRESSÕES RELIGIOSAS
Objetivo: Reconhecer o direito à liberdade de crença de cada
cidadão e cidadã, desenvolvendo atitudes de respeito.
Ponto de partida: História para ser apresentada
para os alunos como situação problematizadora, a fim de que todos possam
discutir sobre o evento narrado.
COMPREENDENDO AO OUTRO E A SI MESMO Emerli Schlögl
Certa vez, em um cemitério, estava um cristão colocando flores no túmulo
de uma pessoa muito querida para ele. Enquanto fazia as suas orações habituais,
algo o fez parar com tudo, pois ao seu lado chegou um homem budista, era de
origem oriental pelo aspecto do rosto. Este homem colocou uma tigelinha de
alimento sobre o túmulo de seu ancestral, ou seja, seu avô falecido.
Então, o homem cristão não compreendeu e começou a interrogar a si
mesmo:
Como pode este cidadão colocar comidas sobre o túmulo de alguém que já
está morto. Será que ele não sabe que os mortos já não se alimentam mais conosco?
Com todo o respeito, o cristão resolveu conversar com o budista.
- Desculpe, meu senhor, atrapalhá-lo em suas orações. Mas não pude
deixar de observar que o senhor pretende alimentar seu ente querido, que já não
está mais entre nós.
Tranquilamente o homem budista olhou ao redor, contemplou os olhos
daquele que o questionava e respondeu:
- Caro amigo, é verdade! Sei também que meu ente querido, no caso meu
pai já falecido, não poderá usufruir da vida como antigamente. Ele adorava
comer as cerejas vermelhas nos tempos de verão e também me lembro que ele
contava com muito carinho, para mim, como sua mãe cozinhava para seus filhos
uma sopa muito nutritiva e como era bom tomar aquela sopa misturada a todo
aquele carinho de mãe.
Neste momento, o cristão interrompeu e emocionado lembrou-se de seus
próprios e maravilhosos momentos vividos com sua esposa falecida. Ele sorria e
chorava ao mesmo tempo, sorria pelas recordações doces e chorava pela perda de
sua amada.
O budista tocou nos ombros do cristão com muita ternura e disse a ele:
- Como são lindas as flores que você colocou sobre o túmulo de sua
esposa!
Tenho certeza que seu perfume chega até ela de alguma forma. Tenho claro
em meu coração de um homem religioso que também a beleza das flores é uma
homenagem que você presta a sua amada.
O cristão parou de chorar e sentiu ele mesmo o perfume da flor e sua
beleza.
Ficou completamente tomado por um estranho sentimento de plenitude e de
encontro.
Não sabia explicar, mas sentia seu coração maior, tão grande, tão pleno!
Ele então falou para seu novo amigo, o budista:
- Agora eu entendo você, agora eu entendo a oferenda de alimentos para
seu estimado pai. Neste ritual, você e seu ente falecido, tão estimado, se
encontram. Você se lembra dele e lhe oferece alimento, você alimenta dentro de
seu próprio coração a lembrança amada de seu pai.
O velhinho sorriu, abraçou o cristão e disse:
- Da mesma maneira, você oferecendo flores a sua esposa alimenta dentro
do seu coração o carinho e a lembrança dos bons momentos que viveram, desse
modo você embeleza e perfuma a sua própria vida, enquanto oferece de modo
ritualístico este presente.
Depois deste encontro, depois dos rituais de saudades, de amor, de
homenagem e respeito, os dois homens seguiram juntos pelos corredores do
cemitério, cada um silencioso e feliz. Cada um saiu de lá carregando, dentro de
seu coração, um pouco do que ofereceu.
E então houve risos, alimentos e flores no andar, no olhar e na vida
daqueles novos bons amigos.
Apresentar a seguinte frase escrita em cartolina bem grande:
O conhecimento sobre as diferentes religiões nos torna mais capazes de
respeitar os outros.
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