18 de out. de 2013

COMO VENCER A DEPRESSÃO

Normalmente existe a ideia de que a depressão é algo oriundo do exterior, porém a sua origem é interna. A depressão tem a sua origem no nosso interior. A depressão é a nossa resposta pessoal às circunstâncias externas que nos envolvem; é a forma como reagimos ao que nos rodeia. 
Assim, o segredo para a vencer jaz em fortalecer o nosso interior, a nossa alma - deixar que o Senhor, que já ali entrou, responda por nós às solicitações externas que batem à porta do nosso ser. Só Ele é verdadeiramente forte para dominar e vencer as ameaças que nos cercam e espreitam. E Ele fá-lo mediante a Sua Palavra! É por isso que é importante aceitarmos e praticarmos tudo o que Ele nos diz nela.
Por outras palavras, podemos afirmar que nada, nem ninguém nos pode colocar sob depressão. Somos nós, se estivermos espiritualmente fracos, que nos colocamos sob depressão. O nosso fortalecimento espiritual debela infalivelmente toda e qualquer ameaça que nos vise deprimir.
Vivemos dias de muita angústia e amargura mental e emocional. O presente aumento de desordens mentais e emocionais acontece numa altura em que cada vez menos a Palavra de Deus exerce influencia sobre o íntimo das pessoas. A psiquiatria é cada vez mais procurada, não pelo êxito de tem conseguido com a sua acção, ou pelo altruísmo que revela nos seus serviços, mas porque a necessidade e a procura que deles se faz sentir é enorme. Não nos esqueçamos que os psiquiatras tratam com o homem interior. Como é que um descrente, espiritualmente cego, pode ser competente para dar o melhor conselho a um paciente que vive angustiado? Só o Senhor, através da Sua Palavra, pode «penetrar até à divisão da alma e do espírito» e discernir «os pensamentos e intenções (motivos) do coração» (Heb.4.12).
A depressão não é uma doença, mas uma necessidade enorme de nos fortalecermos espiritualmente. O grande erro dos psiquiatras é pensarem que a depressão é uma doença, tratando o efeito e não a causa do problema. A Palavra de Deus é o melhor "remédio". 
O Senhor Jesus foi um «Homem de dores e experimentado nos trabalhos» (Isa. 53), contudo possuía uma alegria que ultrapassava tudo o que o mundo poderia oferecer. Ao enfrentar a morte violenta e cruel no Calvário, Ele disse aos Seus discípulos e a nós: «Tenho-vos dito isto para que O MEU GOZO PERMANEÇA EM VÓS, E O VOSSO GOZO SEJA COMPLETO» (João 15.11). «Na presença do Senhor há abundância de alegrias» (Sal. 16.11).
O Senhor deixou-nos um caminho para trilharmos sob o resplendor da alegria. Temos que ter cuidado para que nada nem ninguém nos prive ou roube essa alegria.
O tema da epístola aos Filipenses é a alegria. O apóstolo menciona nessa carta pelos menos dezanove vezes as palavras gozo, regozijo, ou alegria. O que é interessante de notar ali é que as circunstâncias que envolviam Paulo não eram nada para se alegrar. Ele era prisioneiro, em condições sub-humanas, sujeito à tortura e padecendo nudez e fome. Porém Paulo transbordava de alegria. Note o segredo. O segredo reside numa outra palavra que ele repete várias vezes nessa mesma epístola: a palavra mente. Ele usa esse termo 10 vezes e o termo pensar cinco. O segredo da alegria do crente está no seu modo de pensar. «Como pensamos assim somos» (Pro. 23.7). A Bíblia revela o tipo de mente que o crente deve ter para poder experimentar a alegria num mundo cheio de problemas.
Repare agora quais são os "ladrões" que nos procuram roubar a alegria, e o tipo de atitude que devemos ter a fim de os capturar e vencer:
1. As circunstâncias. Temos que confessar que quando as coisas nos correm de feição sentimo-nos muito mais felizes. Já notou quão poucas são as circunstâncias que estão de facto sob o nosso controle? Por exemplo, nós não temos qualquer controle sobre as condições atmosféricas ou sobre o trânsito numa estrada, ou mesmo sobre o que outras pessoas dizem e fazem. A pessoa que fizer depender a sua felicidade as circunstâncias acabará por passar a maior parte do tempo num estado miserável. É maravilhoso ver o apóstolo Paulo sob as piores circunstâncias a escrever uma carta repleta de alegria (Fil. 1.12,13).
2. As pessoas. Todos nós temos tendência para perder a alegria por causa das pessoas: pelo que são, pelo que dizem e pelo que fazem. (Nós próprios também contribuímos para tornar qualquer outra pessoa infeliz. Como é óbvio a coisa funciona nos dois sentidos). A verdade é que nós temos que trabalhar e conviver com pessoas. Paulo foi muito prejudicado por pessoas. Algumas, crentes professos, chegaram a abandoná-lo e a prejudicá-lo. Ainda assim escreve cheio de alegria (Fil. 1.15-18).
3. As coisas. Certa ocasião dois miúdos brigavam muito. Alguém perguntou ao pai deles a que é que tal era devido. A resposta do pai foi: "Ao mesmo que sucede a toda a gente. Tenho três rebuçados, e cada um deles quer dois". O Senhor Jesus disse: «A vida de qualquer não consiste na abundância do que possui» (Luc. 12.15). No entanto a maioria das pessoas pensa que a alegria vem de se possuir coisas. De facto o que as coisas podem é roubar-nos a alegria. O apóstolo viveu na penúria , e ainda assim escreve alegre, pois aprendera a contentar-se com o que possuía (Fil 4. 11,12).
4. As preocupações. Talvez seja este o pior de todos os ladrões! Quantas pessoas têm perdido a paz e a alegria devido às preocupações! De facto as preocupações podem trazer mesmo consequências físicas, e embora os medicamentos possam remover os sintomas não podem eliminar a causa. As preocupações são algo interior. Numa farmácia pode-se comprar "sono", mas não se pode comprar "descanso". Se havia alguém que tinha motivos para viver sobressaltado com preocupações era Paulo, mas ele não se preocupa. Pelo contrário, escreve uma carta cheia de alegria, mostrando-nos como podemos deixar de nos preocupar - tendo a mente ocupada com as coisas de Deus e a Sua obra.
O segredo da vitória está, pois, em cultivar o tipo correcto de mente. 
Em Filipenses 1 Paulo revela que o segredo passa por se ter uma mente integral. «O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos» (Tia. 1.8). Ou, utilizando o velho ditado Latino, "Quando o piloto não sabe para que porto seguir, nenhum vento sopra a favor". O problema jaz muitas vezes no facto de não possuirmos uma mente integral. Paulo dizia, «Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é ganho» (1.21). Ele tinha uma mente integral. Ele sabia o que queria. Ele era um homem com um propósito: «uma coisa faço» (3.13). Ele não vê as circunstâncias em si mesmo, mas vê-as em relação ao Senhor Jesus Cristo. Por exemplo, sendo prisioneiro, ele não diz que é prisioneiro de Roma, mas de Jesus Cristo (Efé. 3.1). As cadeias que usa ele diz serem «as suas prisões em Cristo» (Fil. 1.13). Apesar de réu, ele diz que estava ali como advogado, não para defender a sua causa, mas o evangelho (1.16). Paulo não olhava para Cristo através das circunstâncias, mas para as circunstâncias através de Cristo - e isso mudava tudo. Quando possuímos uma mente integral as circunstâncias actuam a nosso favor e não contra nós.
Em Filipenses 2 Paulo revela que o segredo passa por se ter uma mente submissa. «... cada um considere os outros superiores (mais importantes) a si mesmo» (2.3). No capítulo 1 Paulo põe Cristo em primeiro lugar na sua vida. No capítulo 2 põe os outros em segundo lugar. Isto significa que ele coloca-se em último lugar. A razão porque acontece que as pessoas nos ofendem tanto é porque não estamos no lugar certo. Se nos pomos em primeiro lugar, e os outros fazem o mesmo, vai haver guerra inevitável. O crente com uma mente submissa não fica à espera que os outros o sirvam; é ele que serve. Considera o bem dos outros como mais importante que o seu, e seus desejos e planos.
Em Filipenses 3 Paulo revela que o segredo passa por se ter uma mente espiritual. Paulo usa neste capítulo onze vezes a palavra coisas, salientando que muitas pessoas «só pensam nas coisas terrenas» (ver. 19). Ele diz logo a seguir que o crente que possui uma mente espiritual está interessado acima de tudo nas coisas celestiais. «Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo» (ver. 20). A pessoa com mente espiritual olha para as coisas deste mundo à luz do céu, sob o ponto de vista do céu - e como isso faz uma enorme diferença! "Não é tolo nenhum aquele que dá o que não pode conservar, para ganhar o que não pode perder."
Em Filipenses 4 Paulo revela que o segredo passa por se ter uma mente segura. «E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus» (4.7). A palavra guardará é um termo militar que significa estar de guarda com forças militares. É bom notar que isto é resultado de oração (ver. 6).
Peça ao Senhor que lhe dê uma mente integral, submissa, espiritual e segura. Quando se aperceber que está a perder alegria durante o dia, faça uma introspecção, perguntando a si mesmo: "Estarei a ter uma mente dobre? Estarei a ser orgulhoso? Andarei obcecado por coisas? Estarei preocupado com algo?" Se se achar culpado, confesse o seu pecado imediatamente ao Senhor, e peça a Deus que restaure a sua mente ao que ela deve ser.
As Escrituras providenciam ajuda muito definida e clara para todo o tipo de situações. Relativamente aos desencorajados, deprimidos, gostaria que prestasse igualmente atenção ao seguinte que a Palavra de Deus diz:
1. Reconheça a providência de Deus. O primeiro passo para se vencer uma depressão é reconhecer que Deus é Soberano. Nada acontece a ninguém por acaso. Efésios 1.11 diz-nos que Deus opera, ou «faz todas as coisas, segundo o conselho da Sua vontade». Isso revela que Ele sabe tudo a seu respeito - a sua identidade, do que gosta, onde nasceu, a família e a raça a que pertence; tudo. O leitor não teve possibilidade de escolha na determinação dessas circunstâncias, mas o Senhor estava ciente disso tudo. Como Deus infinitamente santo, sábio e cheio de amor, que é, Ele está a traçar um plano em que o ouvinte ocupa um lugar especial. Há pessoas que, por exemplo, não estão satisfeitas com a sua aparência, outras que estão desgostosas dos talentos e capacidades que possuem. Talvez o ouvinte - não sei -, também não esteja satisfeito com algo que lhe coube por sorte; porém lembre-se, tudo o que possui foi-lhe dado por Deus. Não se esqueça: Ele fê-lo como é para o Seu bom propósito. 
O rei David, que experimentou tanto a alegria como a dor, o júbilo como a depressão, revelou esta compreensão no Salmo 139, quando disse:
«Eu te louvarei, porque de um modo terrível, e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as Tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem» (Sal. 139.14).
Considere igualmente o exemplo do profeta Jeremias. Quando o Senhor o chamou para ser eu porta-voz, disse-lhe:
«Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre te santifiquei; às nações te dei por profeta» (Jer. 1.5).
Este homem que experimentou tanta dor durante a sua vida, sabia bem que o Senhor, na Sua boa providência, lhe tinha dado esta responsabilidade mesmo antes de ele ter visto a luz do dia. Por conseguinte ele continuou a pregar a Israel, mesmo apesar das pessoas não escutarem a sua mensagem. Ele recusou parar, mesmo quando zombaram dele, lhe bateram, feriram e o lançaram numa cova funda. Note leitor, Ele sabia que Deus o tinha concebido para um propósito definido, e que ele estava a cumprir esse objectivo.
Note que consigo passa-se exactamente o mesmo. O leitor não é quem é, nem está onde está, como vítima da falta de sorte. Também não é produto do destino cego. O leitor foi concebido pelo Senhor, e Ele tem um plano especial que quer ver cumprir-se em si. Quaisquer que sejam as suas eventuais e possíveis limitações - na personalidade, na inteligência, nas circunstâncias ou outra qualquer - elas foram permitidas por Deus como parte do Seu sábio plano para si. Se reconhecer e aceitar este facto, está no caminho da vida mais feliz e mais bem sucedida que jamais imaginou.
2. Ajuste o seu pensamento. O segundo passo que deve dar para vencer a depressão é ajustar o seu pensamento. Deve enfrentar o facto que a sua visão das coisas - a visão que tem de si mesma, do mundo, e de Deus - pode muito bem ser parte da razão porque se encontra deprimido. Se os seus pensamentos forem negativos, ego-centrados, e hostis, faça algo com eles. Admita que as suas atitudes estão erradas, e peça ao Senhor que a ajude a mudar a sua forma de pensar.
3. Realinhe as suas prioridades. Coloque a si mesmo a seguinte questão: "O que é que realmente interessa mais, o prazer temporário desta terra ou as recompensas eternas do céu?" O próprio Senhor Jesus estabeleceu as prioridades correctas em Mat. 16.26 e Mat. 6.33. Prezado leitor, nós estamos apenas na fase inicial do cumprimento do plano de Deus para nós. O melhor ainda está para vir. Leia Rom. 8.18.
4. Abunde no amor de Deus. Ame a Deus a cima de tudo o mais. (Mat. 22.37-39). Verificará que o seu interesse e preocupação pelos outros aumentará, ficando até sem tempo para pensar em si. Verificará que ganhará um enorme gozo por viver uma vida altruísta.
5. Aplique os seus talentos. Não há nada como estar ocupado a fazer alguma coisa. Faça o melhor que pode usando o que tem. Talvez não possa fazer o que Paulo fez, mas pode fazer muito. É só uma questão de pensar um pouco. Por exemplo, há alguns crentes que vivem isolados. Poderia escrever-lhes uma carta revelando o seu amor por eles. Há tanta coisa ,que está habilitada a poder fazer.
Medite agora nisto:


Olhei para a montanha. "É difícil, Senhor," disse-Lhe; "não posso subir!"
"Toma a Minha mão," sussurrou-me Ele; "Eu serei a Tua força."
Então vi o caminho. 
"É muito longo, Senhor," insisti, "é acidentado e longo!"
"Toma o Meu amor," respondeu-me; "guardarei os teus pés de tropeçarem."
Olhei para o céu.
"O sol desapareceu," disse; "a escuridão é enorme!"
"Toma a lanterna da Minha Palavra," sussurrou-me de novo; "a Sua luz bastar-te-á."
Subimos.
O caminho era estreito e íngreme, mas a visibilidade era clara e luzente.
E quando os espinhos feriam,
ATINGIAM AS SUAS MÃOS ANTES DE TOCAREM AS MINHAS.
À medida que a minha senda se tornava mais agreste, apercebia-me que era o Seu amor que me sustinha de pé.
Porém, mesmo assim, acabei por ficar extenuado.
"Não consigo prosseguir," disse-Lhe.
Ele respondeu: "A noite já passou. Olha para cima, Meu filho."
Olhei, e ... eis que alvorecia. Vales esverdejantes estendiam-se lá em baixo.
"Agora não posso continuar só," disse-Lhe ao ver-Lhe as marcas.
"Senhor, Tu estás ferido. As Tuas mãos estão a sangrar. Os Teus pés estão pisados.
Isso foi por mim?"
Sussurrou-me novamente ao ouvido: "Fi-lo alegremente!"
Então caí aos Seus pés.
"Senhor, leva-me Contigo," clamei.
"Não há caminho que seja demasiado longo, nem vale demasiado fundo, quando estás comigo. Quero andar sempre Contigo, e para todo o sempre."
«... não te deixarei, nem te desampararei» (Heb. 13.5).

Joenildo Fonseca Leite

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