A infância das crianças nos dias de
hoje é muito diferente da que tivemos alguns anos atrás. Elas hoje não tem mais
a mesma inocência e a mesma pureza que existia há uns dez anos atrás. Vejo que
as crianças não se parecem mais com a criança que eu fui.
Os fatores dessa mudança são vários,
incluindo aí a própria evolução natural. Com o passar do tempo tudo muda, a
sociedade muda e não seria diferente com os pequenos também. Porém, ao meu ver,
ao invés de evoluir para algo bom, a infância está cada vez mais deixando de
existir.
Crianças já
se portam como adultos. Meninas aparecem maquiadas. Crianças com roupa da moda,
celular, MSN, “FACE”, o fácil acesso a informação virtual portátil e outros
mais. A vida social delas é igual a de um adulto. Ou talvez tenham mais vida
social ainda. Isso sem falar em namoros, beijos e sexo, que cada vez começam a
acontecer mais cedo.
Mas na minha humilde opinião, acredito
que os culpados de boa parcela disso tudo somos nós, os adultos. Primeiro
porque, como pais, não nos damos ao trabalho de cuidar eficientemente da
formação do caráter dessas crianças. Não ensinamos princípios e moral. Deixamos
que aprendam com os outros, ou pior ainda, na rua e no mundo globalizado da
internet. E todos nós sabemos que esse tipo de educação acaba levando as
crianças para o lado ruim da vida e se perdendo por caminhos errados.
Claro que aqui faço uma generalização.
Nem todos os pais são assim, mas é sabido que a maioria das crianças não
recebem uma educação moral adequada. Seja porque os pais estão sempre ocupados
atrás do sustento da casa – o que é algo muito comum nos dias atuais – ou por
puro desleixo mesmo. E sem receber esta educação, e principalmente, sem ter
modelos a seguir, elas acabam por sugar tudo o que veem ao seu redor. E é isso
que dita a formação do seu caráter.
Acrescento a isso a vulgarização do
sexo e a exposição demasiada de imagens e cenas eróticas. Em novelas que passam
em horário nobre, cenas de beijos quentes e sexo já se tornaram normais.
Músicas com letras como “só as cachorras”, “daku é bom”, e outras que fiz
questão de esquecer ou tive o prazer de não ter ouvido são cada vez mais
tocadas em rádios e cantadas por todas as pessoas, incluindo-se as crianças. Há
algum tempo atrás, no começo do grupo É o Tcham, com a música que dizia algo
como “vai descendo na boquinha da garrafa”, onde meninas rebolavam em cima de
garrafas e outros objetos, sendo assistidas por adultos que achavam “uma
graça”, sem dar importância à vulgaridade que havia por trás disso. Recentemente observei a dramatização feita por
uma criança de três anos junto aos pais, enquanto a menor dramatizava o “você vai
ficar babando”, os adultos babavam de alegria, sem perceberem o que estava
sendo semeado na mente da infante com formação de caráter. É claro que as
crianças muitas vezes nem sabiam o que estavam fazendo. Mas os adultos sabiam.
E muito bem. E ainda existem reality shows como o Big
Brother, que é um programa recheado de cenas
de cunho erótico e sexual. E a audiência disso é gigantesca. E isso é passado
para crianças também.
Infelizmente o sexo vende, e a mídia
em geral se usa deste artifício para lucrar sem se importar com as consequências.
Basta olhar o que era Britney Spears e Christina Aguilera no começo da carreira
e o que são hoje. Sempre se apela para sexo, drogas e dinheiro. E quem ainda
não tem um caráter formado – ou seja, em formação – absorve todas essas
informações e, por estarem em todos os cantos, acabam julgando como certo e
passam a viver com esses parâmetros.
Posso estar completamente enganado,
mas ainda acredito que crianças devem continuar sendo crianças. E cabe aos pais
ensinar o que é certo e errado, e se for o caso, desligar a TV ou trocar de
canal quando aparecerem cenas ou diálogos impróprios. Devemos deixar que
brinquem, que se sujem, que corram. E não expô-las a um mundo adulto totalmente
vulgarizado e capitalista.
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Joenildo Fonseca Leite
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