Introdução: Durante a história da humanidade sobre a face da terra, deparamo-nos por inúmeras vezes com o agir de Deus em relação à coroa da criação - o ser humano. Deus em todo momento procurou se relacionar com a sua criação e isto não exclui o gênero humano. Deus se revela, e no seu manifestar gradativo, contínuo, Ele o procurou fazer de diversas formas, ou seja, Deus é quem sempre iniciou o relacionar-se com. No Jardim do Éden, Deus é quem inicia o diálogo com o homem Adão, quando Caim está prestes a pecar, Deus o indaga sobre a razão da sua irritabilidade. Posteriormente quando a maldade das pessoas havia se multiplicado sobre a terra e todo desígnio do coração era continuamente mau, Deus se revela a Noé e o instrue a construir a Arca de salvação; Assim podemos ver pela Escritura, Deus se revelando à Abraão, à Isaque, à Jacó, Moisés, Josué, Samuel e assim Deus vai firmando alianças com o homem, embora o homem não tenha cumprido sua parte na Aliança vindo a quebrá-las.
Viver na total dependência de Deus era reconhecer também o seu governo teocrático, sua palavra final em todas as circunstâncias, e quando Israel assim o fazia, Deus se manifestava com a sua Glória e Majestade, tornando Israel em um povo forte e abençoado por Ele. Todavia, quando Israel, se desviava do Senhor, indo a servir aos ídolos, Deus também agia de maneira a instruir o povo a quem Ele escolheu, conscientizando-os acerca do pecado e endireitando suas veredas.
O povo de Israel, a quem Deus escolheu para ser propriedade Sua, povo Santo, precursor do Messias, vivenciaram tantas maravilhas do Senhor, maravilhas estas que testificavam a soberania de Deus, a Onipotência de Deus, a Onisciência de Deus, a misericórdia e a graça de Deus sobre a vida deles e daqueles que O reconheciam através de Israel, de povo nômade e peregrino, Deus os abençoou com a terra que mana leite e mel, de galho fraco e franzino, Deus o transformou em um grande Carvalho, e os fez tomar posse como herança a terra dos cananeus, zebuseus, amorreus.
Para que Israel não esquecesse da presença do Senhor, Deus instruiu durante sua peregrinação a que se construísse tabernáculo, uma morada, e nela estivesse, a Arca da Aliança a qual simbolizava a presença especial de Deus no meio do seu povo. O método prescrito era transportá-la com varas aos ombros dos levitas (Nm 4.1-16). Deus evidenvia o desprazer com esta quebra de protocolo levita ocasionando a morte de Uzá (2 Samuel 6.1-8).
Mas, em meio a várias vitórias, a um relato na Bíblia que nos chama a atenção, de quando a Arca é tomada de Israel, quando o sacerdote Eli morre, assim como os seus dois filhos Hofni e Finéias, período esse em que se afirmou o Icabô - Foi-se a glória do Senhor. Os israelitas tinham de interpretar que a derrota diante dos inimigos era sinal do desgosto do Senhor com o seu povo. Assim como eles tinham de interpretar a seca como sinal do julgamento do Senhor sobre o pecado.
Tendo por base bíblica o texto do capítulo 7 do Primeiro Livro de Samuel, desejo compartilhar com a igreja nesta noite sobre:
“A VALIDAÇÃO DO EBENEZER EM NOSSA VIDA”
1. A SITUAÇÃO DO POVO DE DEUS
A. Estava em guerra, mas distante de Deus. (A arca estava no Arraial, mas Israel não estava com Deus) - (4.5-10)
B. Sua confiança foi tomada. (A Arca foi tomada, líderes mortos) - (4.11)
C. Haviam se contaminado, servindo à Baal e Ashtoreth.
(baalins, plural de Baal, deus supremo dos cananeus. Astarotes, plural de ‘Ashtoreth, deusa da fertilidade e do amor profano. A adoração a Astarote é muitas vezes combinada com a adoração a Baal (cf. v. 4; 12.10; Jz 2.13; 3.7; 10.6), de acordo com a praxe comum nos cultos de fertilidade: a associação entre si de deidades masculinas e femininas.)
2. A SITUAÇÃO DOS FILISTEUS
A. Ganharam a batalha, mas não a guerra. (Saíram de Ebenézer- “Pedra de ajuda” e foram para Asdode- “Fortaleza;Castelo”) - (5)
B. Atribuíram a vitória ao deus filisteu DAGOM - deus peixe(Juízes 16.23 - Sansão e a morte dos filisteus)
7 meses a Arca permaneceu em terra estranha.
Depois permaneceu 20 anos em Quiriate-Jearim (Cidade de florestas). Devido ao medo do povo.
Dagom, se curva diante da presença da Arca do Senhor, e posteriormente seus membros são encontrados separados do corpo.
C. Reconheceram o juízo de Deus. (5.6-10) Asdode - Gate - Ecrom
“Devolvam a arca do Deus de Israel. Que ela volte ao seu lugar, para que não mate nem a nós nem ao nosso povo” - (5.10b)
“Façam imitações dos tumores e dos ratos que andam destruindo a terra, e deem glória ao Deus de Israel. Assim ele talvez alivie a sua mão de cima de vocês e do deus e da terra de vocês. Por que vocês endureceriam o coração, como os egípcios e Faraó fizeram? Não é verdade que, depois que Deus os maltratou, eles deixaram os israelitas sair, e eles foram embora?” (6.5b-6.)
“Fiquem observando: se ele subir pelo caminho de Bete-Semes, que leva a seu território, então foi o Deus de Israel que nos fez este grande mal.” - (6.9b)
3. A GLÓRIA DE DEUS EM EBENÉZER.
A. A Arca é levada para Quiriate-Jearim para a casa de Abinadabe (meu pai é nobre) e Eleazar(Deus tem ajudado).
O tabernáculo já havia sido destruído, agora a arca vai para a casa da família sacerdotal. E ali permaneceu por 20 anos.
B. Passos sucessivos para Israel experimentar o reavivamento.
- Unidade. Todos o Israel se congregou ali em Mispa. As divisões e os ciúmes dos anos precedentes foram postos de lado. (7.5)
- Confissão. Os israelitas derramaram o coração perante Deus. “Pecamos contra o Senhor” - (7.6b)
É a mais alta e a mais profunda expressão da alma (Lucas 15.18; Isaías 6.5). Foi o maior dia de avivamento espiritual nacional até então.
- O abandono dos falsos deuses. Eles “tiraram dentre si os Baalins e Astarotes, e serviram só ao Senhor” - (7.4)
- Oração intercessória. A única condição para avivamento é o retorno à oração. “Não cesses de clamar ao Senhor nosso Deus por nós” - (7.8)
- Total rendição, como ficou demonstrado no holocausto de Samuel. Ebenézer - (Pedra do Socorro) erigida em honra a Deus pela vitória conseguida sobre os filisteus, justamente no mesmo lugar onde foram derrotados há 20 anos (4.1;5.1)
Rende-te a Deus e os filisteus serão desbaratados, e tu erguerás teu Ebenézer.
CONCLUSÃO: Samuel sabia que se o povo abandonasse a idolatria e se recusasse a servir aos deuses filisteus, isso seria interpretado como o equivalente a uma rebelião contra a supremacia filisteia e, é claro, significava guerra. Contudo, Samuel tinha confiança nas promessas de Deus e prosseguiu inspirando esperança num povo desolado.
Um dos maiores incentivos para o cristão é a certeza de que Deus nunca é surpreendido, quaisquer que sejam as circunstâncias.
Samuel exortou os israelitas a jogar fora os deuses estranhos. Ídolos hoje são mais sutis do que deus de madeira e pedra, mas são tão perigosos quanto eles. Seja o que for que ocupe o primeiro lugar em sua vida ou controle você é seu deus. Dinheiro, sucesso, bens materiais, orgulho ou qualquer outra coisa pode ser um ídolo se tomar o lugar de Deus em nossas vidas. O Senhor somente é digno de nosso serviço e adoração e não devemos deixar que nada se rivalize com Ele. Se temos ‘deuses estranhos’, precisamos pedir que Deus nos ajude a destroná-los, fazendo o verdadeiro Deus a nossa prioridade.
Graças à renovação do relacionamento com Deus, os israelitas puderam tirar vantagem do ponto de vista pagão tradicional e consumar a mais completa vitória sobre os inimigos. Assim foi naquela época e assim é hoje. O ser humano chega a um ponto em que reconhece que sua vida é completamente insatisfatória. Encontra-se amarrado a seus ídolos, quaisquer que sejam. Percebe a inutilidade dos hábitos passados, dos motivos que abrigou e dos desejos que satisfez. É atraído à comunhão que vê outros desfrutarem com Deus, assim como Israel viu em Samuel durante 20 anos. Renuncia, então, à vida passada e confessa sua incapacidade para se transformar pelos próprios esforços. Então, se entrega ao Espírito Santo e, dentro de si mesmo, descobre autocontrole, aceitação da ajuda espiritual que Deus lhe dá, com toda sabedoria, para capacitá-lo a alcançar uma vida superior até então desconhecida. Os erros do passado se transformam, portanto, em degraus.
Pr. Joenildo Fonseca Leite/UMBI/CIBI
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