1 de out. de 2017

RAIVA, EMOÇÃO QUE NÃO CONTROLADA DESTRÓI

A palavra emoção vem do termo em latim emovere, que significa energia em movimento. Isso significa que toda emoção existe para movimentar a vida do indivíduo e mudar comportamentos e situações que estão em desequilíbrio. As emoções são resultantes de um conjunto de respostas químicas baseadas nas memórias emocionais de cada um, e surgem a partir das rotas neurais e hormonais geradas quando o cérebro recebe um estímulo externo.

A principal função das emoções é gerar comportamentos que garantam a sobrevivência do indivíduo diante de um estímulo externo, seja para proteger ou impulsioná-lo a realizar algo. 
A raiva, por exemplo, é uma energia responsável por impulsionar o indivíduo a agir para superar as dificuldades de forma construtiva ou destrutiva. Expectativas e desejos frustrados são os principais causadores desse sentimento, que é muito importante para que indivíduo reaja às situações que estão prejudicando sua vida.

Todos os indivíduos estão suscetíveis a sentir raiva, uma vez que o ser humano estabelece relações afetivas em todas as esferas da vida e tende a criar muitas expectativas. Quando as expectativas não são atendidas, a frustração e a raiva podem se manifestar.

Uma única emoção pode gerar esses diversos tipos de reação porque o cérebro possui uma estrutura chamada sistema límbico, que é responsável pelas emoções e sentimentos. 

Quando recebe um estímulo, o sistema límbico envia mensagens para o cérebro, produzindo e criando um estado emocional. Quanto mais frequente for a realização de um estímulo, mais habituado o organismo se tornará a determinadas substâncias, deixando o corpo “viciado” em determinada emoção.

Não há nada de errado em sentir raiva – é natural ficar aborrecido de vez em quando. Mas manter a raiva é uma reação terrível para você e seu corpo. A raiva é uma forma de estresse emocional, que faz o corpo liberar adrenalina e outros hormônios. Um dos efeitos destes hormônios do “estresse” é elevar a glicemia. Além disso, o estresse pode fazê-lo procurar maus hábitos compensatórios, como comer alimentos gordurosos e calóricos, piorando a situação.

E tem mais: deixar a raiva acumulada ainda pode prejudicar o coração!

Se você fica irritado mas é capaz de se livrar do sentimento, tudo bem. No entanto, agora os cientistas sabem que se apegar à raiva faz a pressão arterial subir. Um estudo recente descobriu que quem cultiva a raiva e o ódio também apresenta níveis elevados de endotelina, uma substância que desencadeia infartos ao fazer placas existentes nas artérias se romperem e formarem coágulos sanguíneos. Outra pesquisa descobriu ainda que a raiva intensa e mantida por longo tempo pode causar arritmia cardíaca – e até uma parada cardíaca.

A raiva que dura o dia todo pode ser tóxica. Portanto descubra um jeito de se livrar dela. Se um amigo ou familiar aborrecer você, diga a ele. Ou dê um grito pela janela – faça qualquer coisa que o ajude a liberar a pressão.

Para que você mantenha a saúde física e emocional é importante não reprimir suas emoções. A raiva com certeza é algo que você deve expressar, mas de maneira que as pessoas ao seu redor, amigos, familiares e colegas, não sejam machucados por suas palavras de maneira prejudicial. A raiva em excesso, independente se você estiver certo ou errado em senti-la, traz problemas de saúde significantes.

Não é a toa que muitas pessoas sofram de gastrites e outros problemas no estômago por conta da raiva. Isso ocorre porque momentos de extrema exaltação bloqueiam a liberação de substâncias químicas necessárias para uma digestão saudável, e liberam ácidos estomacais que podem irritar úlceras já existentes, levando a diarreia, constipação e cólicas.

Quando você está nervoso, seus músculos se contraem de tal forma que você pode chegar ao ponto de sentir dores como se tivesse feito exercícios físicos. Para aliviar essa tensão, experimente respirar profundamente com o diafragma. Massagens terapêuticas e acupuntura também são alternativas que podem aliviar e relaxar músculos contraídos pela raiva.

Dependendo da pessoa, a raiva pode provocar uma variedade de reações fisiológicas, desenvolvendo problemas como dores de cabeça e enxaquecas, palpitações cardíacas e formigamento nas mãos e pés. O maxilar cerrado, mudanças hormonais e desidratação também são outros efeitos prejudiciais que podem ser uma resposta do seu corpo para a raiva.

Mais uma vez a substância cortisol está presente para bagunçar seu corpo. Além de prejudicar o coração, ela também pode criar depósitos de gordura em seu abdômen, levando ao aumento do peso. Além disso, cientistas já relacionaram a raiva reprimida com transtornos alimentares como a bulimia e anorexia, especialmente em adolescentes.

Aprender a controlar sua raiva, e consequentemente a quantidade de adrenalina que seu corpo produz, pode reduzir as probabilidades de um derrame ocorrer.

Quando você perde o controle de seus sentimentos e deixa a raiva dominar suas ações e, principalmente, reações, as pessoas ao seu redor se machucam por conta de suas palavras e atitudes. Por mais que você esteja certo em suas colocações, isso não significa que tem liberdade para ser desrespeitoso e mal educado. Cuide das pessoas ao seu redor como gostaria que elas cuidassem de você.

A raiva pode gerar rancor e mágoas no indivíduo, desencadeando até quadros de estresse, depressão e ansiedade.

Quando bem canalizada, a raiva pode ser uma propulsora de mudanças significativas para o ser humano.


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