7 de abr. de 2020

ENSINO RELIGIOSO: TEXTOS SAGRADOS

Textos Sagrados

Muitas religiões possuem textos sagrados. Entre os mais conhecidos estão as diversas Bíblias cristãs, o Alcorão islâmico, a Torá judaico, entre outros.

Se as religiões estão para humanizar e sensibilizar as pessoas frente aos problemas sociais presentes na humanidade, até de despertarem o ser humano para uma atitude de respeito e reverência frente a Outrem, podem contribuir com o desenvolvimento dos projetos de vida. Outrem Refere-se ao Outro, enquanto único e inacessível, divindade(s), ser humano, cosmo.
Além de agregar ideais e ações de determinada Tradição Religiosa, os jovens e demais pessoas encontram-se nas Tradições Religiosas critérios, valores e ensinamentos que dão sustentação aos projetos de vida, concedendo espaço para desenvolvê-los e tornarem seus sonhos realidade. Para tanto, as Tradições Religiosas, ao realizarem experiências comunitárias com atividades destinadas às diferentes fases da vida e que envolvem o bem coletivo, contribuem para que as pessoas aprendam a refletir a sua participação no desenvolvimento humano e social, como também a se organizar em busca do bem-viver. Desta forma, são subsidiadas por estas experiências para elaborarem os seus projetos de vida.
Vamos descobrir como as Tradições Religiosas fazem isso?

No Cristianismo, diferentes denominações religiosas acreditam que Deus tem um plano para cada um e realizam atividades com crianças, jovens, casais e idosos, a fim de que em cada fase da vida, possam comunitariamente vivenciar a mensagem cristã, priorizando a fé, a esperança e o amor ao próximo. Os jovens recebem orientações de acordo com os ensinamentos cristãos e realizam experiências de oração e de solidariedade com pessoas e comunidades carentes. Essas atividades, entre outras, contribuem para que as incluam em seu projeto de vida primando por um novo futuro fundamentado no amor e na justiça. Os cristãos católicos têm no ritual do crisma a crença de que o jovem passa a assumir sua vida espiritual, desenvolvendo seu projeto de vida em consonância com os princípios e valores católicos, atuando nos grupos de jovens, nas liturgias, nos grupos de cantos, em pastorais e/ou catequese.

Nas comunidades cristãs evangélicas, algumas igrejas possuem uma estrutura em nível local e nacional onde os jovens se organizam e desenvolvem seus dons em prol da comunidade, exercendo o seu protagonismo na medida em que desenvolvem uma consciência crítica frente às problemáticas sociais. Além do mais, atuam na música, nos grupos de jovens, acampamentos, retiros e outras atividades de evangelização que contribuem em seu projeto de vida.
Na cosmovisão africana cada pessoa é um ser com que vive com. A comunidade é o espaço em que todos mantêm a ligação, os laços com a família e com o grupo social. Os vivos e seus ancestrais convivem numa relação de complementaridade. Todo africano e afro-brasileiro é orientado desde criança a encontrar sua força vital, seu sentido enquanto ser na união com Outros, visíveis e invisíveis, isto é, com os vivos e seus antepassados. Este processo perpassa nos rituais, os quais fortalecem e legitimam a experiência religiosa na comunidade. No senso de pertencimento à comunidade encontram-se os valores e princípios éticos que orientam a vida dos integrantes das religiões africanas e afro-brasileiras. O mérito e a responsabilidade vai além do sujeito, pois adentra ao mundo dos humanos, dos ancestrais e da natureza. Os mitos, cantos, celebrações e rituais ligam estes mundos entre si, e o jovem participa normalmente em todos os momentos da vida comunitária e religiosa. Desta forma, o modo de viver nesta cultura contribui para que a dimensão comunitária se faça presente no projeto de vida das pessoas.

Na cultura indiana, em que predomina o Hinduísmo como um conjunto de Tradições Religiosas, encontram-se quatro grandes fases da vida que visam favorecer a organização pessoal e coletiva. A primeira refere-se ao tempo em que cada criança e jovem adquire conhecimento relacionados às virtudes e a prática da meditação. Os grupos ou sacerdotes, juntamente com os pais, responsabilizam-se por essa orientação. A segunda fase destina-se à contribuição da família e o desenvolvimento material, necessário à subsistência. A terceira diz respeito ao processo de desprendimento dos bens materiais e maior preocupação com os bens espirituais. A última fase caracteriza-se pela dedicação à meditação, libertando-se do mundo material em vista da plenitude espiritual.

No Hinduísmo, portanto, a formação dos jovens também contribui para a vivência de um projeto de vida, ao oportunizar a participação nos rituais de devoção, cantos e recitações de orações meditativas em formas de mantras. Estes, por sua vez, são recomendados pelos mestres espirituais aos iniciantes, pois acreditam que possuem uma força espiritual que leva à libertação. Essa iniciação tem por objetivo auxiliar a pessoa a conectar-se com alguma divindade. A união favorecerá a integração entre corpo e mente, considerada necessária à realização espiritual.
Na Tradição islâmica, encontram-se os cinco pilares, sobre os quais muitos muçulmanos elaboram seus projetos de vida. O segundo pilar do islã é o Salah (orar cinco vezes ao dia), cotidianamente praticado como forma de viver em constante diálogo com Allhá. Os cinco pilares do Islamismo (em árabe ابن زنا) é o nome dado aos cinco principais atos exigidos do Islamismo, sendo que este termo não é usado no islamismo xiita.

Os cinco pilares são:
· Fé — rezar e aceitar o credo (Chacado, Chahada ou Shahadah);
· Oração — orar cinco vezes ao longo do dia, com o fiel voltado em direção a Meca (Salá, Salat ou Salah);
· Jejum — observar as obrigações do Ramadã (O Ramadão ou Ramadã, também grafado Ramadan é o nono mês do calendário islâmico, no qual a maioria dos muçulmanos pratica o seu jejum ritual (saum, صَوْم), o segundo dos cinco pilares do Islão (arkan al-Islam)) que para os mulçumanos é o Jejum ( privação de comidas, bebidas, relações sexuais e outras privações).
· Caridade - doar dinheiro aos necessitados (Zakat, Zacat, ou Zakah);
· Peregrinação — fazer a peregrinação a Meca, pelo menos uma vez na vida, se tiver condições físicas (Hajj ou Haj).


Na Tradição Budista, as crianças são iniciadas nas práticas e ensinamentos budistas a fim de que, na juventude e vida adulta, desenvolvam seus projetos de vida. Para eles, a sanga (comunidade) é como uma família, em que cada integrante é apoiado no desenvolvimento dos seus projetos, pois não beneficiam apenas o indivíduo, mas a comunidade toda.
Os mandamentos que, segundo a tradição judaica, forma revelados a Moisés, são em resumo da lei divina, em que o amor a Deus ganha centralidade. Ao participar da vida comunitária, todo jovem judeu tem a possibilidade de desenvolver seu projeto de vida. Para isso, há de passar pelo ritual do Bar-Mitzvá e Bat-Mitzvá.
Você sabe o que é? Pesquise e registre as contribuições destes rituais para a elaboração do projeto de vida nesta Tradição Religiosa.

Para os adeptos da Tradição Fé Bahá i, a vida é compreendida como um grande projeto que se inicia no ventre materno e visa ao crescimento espiritual, tendo em vista a eternidade. Portanto, cada adepto deve organizar sua vida segundo alguns princípios, dentre os quais pode-se citar: ser contra todo tipo de preconceito, discriminação, má distribuição de renda, conflitos entre os povos, além de buscar sempre as perfeições divinas como a humildade, honestidade, veracidades, bondade e disponibilidade para atender os que necessitam. Para melhor desenvolver um projeto de vida na realidade em que você vive, quais destes princípios Bhá i você considera que podem contribuir? Justifique.

O Espiritismo visa constantemente a promoção do ser humano, por isso propõe a todos adeptos que avaliem seu contexto social e, neste, suas condições, prioridades e ideais de liberdade. Além do mais, um dos pontos centrais na doutrina espírita é a prática da caridade no local em que cada um vive. Por isso, todo jovem é orientado a realizar formações para melhor compreender sua presença neste mundo e realizar seu projeto voltado à libertação do espírito.

Para o Xintoísmo, o tempo presente é fundamental. Ele ocupa a centralidade da vida e, por isso, cada pessoa é a principal responsável pelo seu cuidado para que possa aproveitar as oportunidades de conhecimento e crescimento. Os projetos de vida são gerados, em grande parte, no ambiente familiar e comunitário e têm grande relação com a natureza, pois uma vida dissociada dela, é incompatível com os ideais xinstístas. A participação em encontros celebrativos, em cultos aos ancestrais e o respeito aos idosos, pois deles herda-se sabedoria e o respeito à terra, ao meio ambiente e aquilo que transcende este mundo, são alguns dos princípios que devem nortear o desenvolvimento do projeto de vida dos xintoístas.

Nas Tradições indígenas, tratar o tema projeto de vida é desafiados, pois elas apresentam uma cosmovisão que difere significativamente das demais. Um projeto de vida é para todos da tribo, pois vem desde as origens de cada grupo ético, que foi construindo um modo próprio de ser e viver, pensar, agir, criar, recriar, crer e expressar suas crenças.
O projeto de cada grupo se completa na relação com outros grupos. Percebeu-se, portanto, que a Tradição Religiosa contribui com a elaboração e desenvolvimento de projeto de vida, tanto em nível individual quanto coletivo. A dimensão espiritual tem de ser considerada na vida cotidiana, pois os que aderem alguma crença, o fazem porque desejam mais vida, mais dignidade e sentido para viver.
As Tradições Religiosas, quando fiéis aos princípios fundamentais, podem contribuir com a humanização das pessoas, independentemente de crença religiosa e, inclusive, para ale delas mesmas.














ALCORÃO


O Alcorão é um registro das palavras exatas reveladas por Deus por intermédio do anjo Gabriel ao Profeta Mohammad. Foi memorizado por ele, e então ditado aos seus companheiros, e registrado pelos seus escribas, que o conferiram durante sua vida. Nenhuma palavra de suas 114 suratas foi mudada ao longo dos séculos.
O mercador Muhammad ibn Abdallah dormia tranquilo numa caverna próxima à cidade de Meca, atual Arábia Saudita. De repente, foi arrancado do sono por uma devastadora sensação da presença divina. Ele tinha 40 anos e aquela era sua primeira experiência sobrenatural. Um anjo apareceu e ordenou: “Recita!” Muhammad tentou argumentar que não era digno de pronunciar palavras divinas, mas o anjo abraçou-o com força, fazendo-o soltar todo o ar do pulmão. “Recita!”, insistiu. O mercador obedeceu. Recitou aquela vez e continuou recitando a cada vez que o anjo falava com ele. Isso durou 23 anos, até sua morte, em 632 d.C. As palavras divinas proferidas por Muhammad – ou Maomé, como o chamamos em português – foram reunidas versículo por versículo no Alcorão (em árabe, recitação), livro sagrado seguido até hoje por um quarto da população mundial – 1,3 bilhão de pessoas, incluídos aí os terroristas que participaram do atentado do dia 11 de setembro.
O livro sagrado dos muçulmanos é a própria revelação, a manifestação de Deus (Alá, em árabe) – um papel comparável ao de Jesus no Cristianismo.
Mas há muitas semelhanças entre os livros sagrados dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos. O anjo que ditou as palavras para Maomé é Gabriel, o mesmo que avisou Maria da sua gravidez. Além disso, o Alcorão admite que Abraão, Moisés e Jesus receberam, de fato, mensagens divinas. Só que Jesus, para o Islã, não é o filho de Deus, mas um dos grandes profetas, assim como Moisés e o patriarca Abraão, ambos da linhagem dos judeus – daí o Islã compor, junto com o Cristianismo e o Judaísmo, o grupo das religiões abraâmicas.

Textos do Alcorão:
“Quanto àquelas, dentre vossas mulheres, que tenham incorrido em adultério, apelai para quatro testemunhas, dentre os vossos e, se estas o confirmarem, confinai-as em suas casas, até que lhes chegue a morte ou que Deus lhes trace um novo destino”. Sura 4:15
“Os homens têm autoridade sobre as mulheres, pelo que Allah preferiu alguns a outros, e pelo que despendem de suas riquezas. Então, as íntegras são devotas, custódias da honra, na ausência dos maridos. E àquelas de quem temeis a desobediência, exortai-as, pois, e abandonai-as no leito, e batei-lhes…” Sura 4:34
“Ó fiéis, não tomeis por amigos os judeus nem os cristãos; que sejam amigos entre si. Porém, quem dentre vós os tomar por amigos, certamente será um deles; e Deus não encaminha os iníquos” – Alcorão, Suratra 5,51.
“Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos” – Alcorão, Suratra 2,191.
“Ó adeptos do Livro, não exagereis em vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão-somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito. Crede, pois, em Deus e em Seus mensageiros e digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Deus é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho. A Ele pertence tudo quanto há nos céus e na terra, e Deus é mais do que suficiente Guardião” – Alcorão, Suratra

SUNNAH ou HADITH

A Sunnah ou Hadith são a segunda fonte da qual os ensinamentos do Islam são esboçados. Hadith significa literalmente um dito transmitido ao homem, mas em terminologia islâmica significa os ditos do Profeta (paz esteja com ele), sua ação ou prática de sua aprovação silenciosa da ação ou prática. Hadith e Sunnah são usados intercaladamente, mas em alguns casos são usados com significados diferentes.
Para lidar com o tópico é necessário conhecer a posição do Profeta no Islam, porque a indispensabilidade do Hadith depende da posição do profeta. Analisando o problema, podemos visualizar três possibilidades:
A obrigação do profeta era apenas transmitir a mensagem e nada mais foi requerido dele.
Ele tinha que não apenas transmitir a mensagem mas também agir de acordo com ela, e explicá-la. Mas tudo era para um período especificado e, depois de sua morte, o Quran se torna suficiente para a humanidade.
Ele não tinha nenhuma dúvida para transmitir a Mensagem Divina, mas era também sua obrigação agir de acordo com ela e explicá-la para as pessoas. Suas ações e explicações são origem dos ensinamentos para sempre. Seus ditos, ações, práticas e explicações são origem de luz para todo muçulmano em todas as épocas.

O Hadith é tão importante que, sem ele, o Livro Sagrado e o Islam não podem ser completamente compreendidos ou aplicados na vida prática do fiel.
O Alcorão é a base da Lei Islâmica. É o discurso milagroso de Deus que foi revelado ao Mensageiro, que a misericórdia e bênçãos de Deus estejam sobre ele, através do anjo Gabriel. Foi-nos transmitido com tantas cadeias de autoridade que sua autenticidade histórica é inquestionável. É registrado em seu próprio volume e sua recitação é uma forma de adoração.
Quanto a Sunnah, é tudo que veio de Deus para o Mensageiro além do Alcorão. Explica e fornece detalhes para as leis encontradas no Alcorão. Também fornece exemplos de aplicação prática dessas leis. É revelação direta de Deus ou decisões do Mensageiro que foram confirmadas por revelação. Sendo assim, a fonte de toda a Sunnah é revelação.

BÍBLIA

Bíblia (do grego βίβλια, plural de βίβλιον, transl. bíblion, rolo ou livro.) é o texto religioso central do judaísmo e do cristianismo. Foi São Jerónimo, tradutor da Vulgata latina, que chamou pela primeira vez ao conjunto dos livros do Antigo Testamento e Novo Testamento de Biblioteca Divina. A Bíblia é uma coleção de livros catalogados, considerados como divinamente inspirados pelas três grandes religiões dos filhos de Abraão (além do cristianismo e do judaísmo, o islamismo). São, por isso, conhecidas como as religiões do Livro. É sinônimo de Escrituras Sagradas e Palavra de Deus.
As igrejas cristãs protestantes e outros grupos religiosos, além do protestantismo, possuem no cânone de textos sagrados de suas Bíblias somente 66 livros: 39 livros no Antigo Testamento e 27 livros no Novo Testamento. A Igreja Católica inclui sete livros e dois textos adicionais ao Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico (são eles: Tobias; Judite; Sabedoria; Eclesiástico ou Sirácides; Baruque; I Macabeus; e II Macabeus, e alguns trechos nos livros de Ester e de Daniel). Esses textos são chamados deuterocanônicos (ou do segundo cânon) pela Igreja Católica. As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais incluem, além de todos esses já citados, outros dois livros de Esdras, dois de Macabeus, a Oração de Manassés, e alguns capítulos adicionais ao final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das igrejas de tradição e extração cultural grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição siríaca). As igrejas cristãs protestantes, dentre outros grupos, consideraram todos esses textos como apócrifos, ou seja, textos que carecem de inspiração divina. No entanto, existem aqueles que reconhecem esses textos como leitura proveitosa e moralizadora, além do valor histórico dos livros dos Macabeus. Além disso, algumas importantes Bíblias protestantes, como a Bíblia do Rei James e a Bíblia espanhola Reina-Valera, os contêm, ao menos, em algumas de suas edições.

Texto Bíblico

ουτως γαρ ηγαπησεν ο θεος τον κοσμον ωστε τον υιον τον μονογενη εδωκεν ινα πας ο πιστευων εις αυτον μη αποληται αλλ εχη ζωην αιωνιον (João 3:16 Wescot e Hort)

A lei de Deus contém 10 (dez) mandamentos, presentes na Bíblia no Livro do Êxodo 20
Não terás outros deuses além de mim.
Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles nem lhes prestarás culto, porque eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zelo­so, que castigo os filhos pelos pecados de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam, mas trato com bondade até mil gerações aos que me amam e obedecem aos meus man­damentos.
Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem tomar o seu nome em vão.
Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos, mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou.
Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá.
Não matarás.
Não adulterarás.
Não furtarás.
Não darás falso testemunho contra o teu próximo.
Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seus servos ou servas, nem seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença

TORÁ
 
Torá (do hebraico, significa instrução, apontamento, lei) é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados de Hamisha Humshei Torah, as cinco partes da Torá) e que constituem o texto central do judaísmo. Contém os relatos sobre a criação do mundo, a origem da humanidade, o pacto de Deus com Abraão e seus filhos, e a libertação dos filhos de Israel do Egito e sua peregrinação de quarenta anos até a terra prometida. Inclui também os mandamentos e leis que teriam sido dadas a Moisés para que entregasse e ensinasse ao povo de Israel.

Chamado também de Lei de Moisés (Torah Moshê), hoje a maior parte dos estudiosos são unânimes em concordar que Moisés não é o autor do texto que possuímos, mas sim que se trate de uma compilação posterior. Por vezes, o termo Torá é usado dentro do judaísmo rabínico para designar todo o escopo da tradição judaica, incluindo a Torá escrita, a Torá oral (ver Talmud) e os ensinamentos rabínicos. O cristianismo, baseado na tradução grega Septuaginta, também conhece a Torá como Pentateuco, que constitui os cinco primeiros livros da Bíblia cristã.

Divisão da Torá

As cinco partes que constituem a Torá são nomeadas de acordo com a primeira palavra de seu texto, e são assim chamadas:
· Bereshit - No princípio conhecido pelo público não judeu como Gênesis
· Shemot - Os nomes ou Êxodo
· Vaicrá - E chamou ou Levítico
· Bamidbar- No ermo ou Número
· Devarim - Palavras ou Deuteronômio

Geralmente suas cópias feitas a mão, em rolos, e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são conhecidas como Sefer Torá, enquanto suas versões impressas, em livro, são conhecidas como Chumash.

Origens e desenvolvimento da Torá

A tradição judaica mais antiga defende que a Torá existe desde antes da criação do mundo e foi usada como um plano mestre do Criador para com o mundo, humanidade e principalmente com o povo judeu. No entanto, a Torá como conhecemos teria sido entregue por Deus a Moisés, quando o povo de Israel após sair do cativeiro no Egito, peregrinou em direção à terra de Canaã. As histórias dos patriarcas, aliados ao conjunto de leis culturais, sociais, políticas e religiosas serviram para imprimir sobre o povo um sentido de nação e de separação de outras nações do mundo.
De acordo com algumas tradições, Moisés é o autor da Torá, e até mesmo a parte que discorre sobre sua morte (Devarim Deuteronômio 32:50-52) teria sido fruto de uma visão antecipada dada por Deus. Outros defendem que, ainda que a essência da Torá tenha sido trazida por Moisés, a compilação do texto final foi executada por outras pessoas. Este problema surge devido ao fato de existirem leis e fatos repetidos, narração de fatos que não poderiam ter sido escritos na época em que foram escritos e incoerência entre os eventos, que mostra a Torá como sendo fruto de fusões e adaptações de diversas fontes de tradição. A Torá seria o resultado de uma evolução gradual da religião israelita.
A primeira tentativa de sistematizar o estudo do desenvolvimento da Torá surgiu com o teólogo e médico francês Jan Astruc. Ele é o pioneiro no desenvolvimento da teoria que a Torá é constituída por três fontes básicas, denominadas jeovista, eloísta e código sacerdotal, e mais outras fontes além dessas três. Deve-se enfatizar que, quando se fala dessas fontes, não se refere a autores isolados, mas sim a escolas literárias.
Um estudo sobre a história do antigo povo de Israel mostra que, apesar de tudo, não havia uma unidade de doutrina e desconhecia-se uma lei escrita até os dias de Josias. As fontes jeovista e eloísta teriam sua forma plenamente desenvolvida no período dos reinos divididos entre Judá e Israel (onde surgiria também a versão conhecida como Pentateuco Samaritano). O livro de Deuteronômio só viria a surgir no reinado de Josias (621 a.C.). A Torá como conhecemos viria a ser terminada nos tempos de Esdras, onde as diversas versões seriam finalmente fundidas. Vemos então o início de práticas que eram desconhecidas da maioria dos antigos israelitas, e que só seriam aceitas como mandamentos na época do Segundo Templo, como a Brit milá, Pessach e Sucót, por exemplo.

Conteúdo

Em Bereshit é narrada a criação do mundo e do homem sob o ponto de vista judaico, e segue linearmente até o pacto de Deus com Abraão. São apresentados os motivos dos sofrimentos do mundo, a constante corrupção do gênero humano e a aliança que Deus faz com Abraão e seus filhos, justificados pela sua fé monoteísta, em um mundo que se torna mais idólatra e violento. Nos é apresentada a genealogia dos povos do Oriente Médio, e as histórias dos descendentes de Abraão até o exílio de Jacó e de seus doze filhos no Egito.
Em Shemot, mostram-se os fatos ocorridos nesse exílio, quando os israelitas tornam-se escravos na terra do Egito, e Deus se manifesta a um israelita-egípcio, Moisés, e o utiliza como líder para libertação dos israelitas, que pretendem tomar Canaã como a terra prometida aos seus ancestrais. Após eventos miraculosos, os israelitas fogem para o deserto, e recebem a Torá dada por Deus. Aqui são narrados os primeiros mandamentos para Israel enquanto povo (antes a Bíblia menciona que eram seguidos mandamentos tribais), e mostra as primeiras revoltas do povo israelita contra a liderança de Moisés e as condições da peregrinação.
Em Vaicrá são apresentados os aspectos mais básicos do oferecimento das korbanot, das regras de cashrut e a sistematização do ministério sacerdotal.
Em Bamidbar continuam-se as narrações da saga dos israelitas no deserto, as revoltas do povo no deserto e a condenação de Deus à peregrinação de quarenta anos no deserto.
Em Devarim estão compilados os últimos discursos de Moisés antes de sua morte e da entrada na Terra de Israel.

TRI-PITAKAS
 
Os textos começaram a ser escritos na Índia, dois séculos após a morte de Buda (486 a.C.), quando os discípulos resolveram transcrever os discursos do mestre.
Porém, a sistematização dos ensinamentos se deu somente com a expansão da doutrina para o Sudeste Asiático (Budismo Theravada), Extremo·Oriente (Budismo Sinonês) e Nepal (Budismo Tibetano).
Cada corrente tem uma versão própria da Tri-Pitaka, mas em todas a obra divide-se em três partes: a Sutra-Pitaka, com discursos de Buda; a Vinaya-Pitaka, com normas para os monges; e a Abidharma-Pitaka, com teses de estudiosos budistas.

Texto:
“Kisagotami era uma pobre viúva que tinha sofrido diversas reviravoltas cruéis na vida. Então, como último golpe, o amado bebê – que era tudo que ela tinha no mundo – morreu.
Ela estava inconsolável e não queria que o corpo fosse cremado. Sofrendo também, um dos vizinhos da vila sugeriu que ela fosse ver o Buda. Ela chegou ante ele com o cadáver ainda em seus braços. “Me dê algum medicamento especial para curar minha criança”, implorou.
O Buda já sabia que a mulher não aceitaria a verdade nua, então pensou um pouco. Depois disse: “Sim, posso te ajudar. Vá e me arranje três grãos de sementes de mostarda. Mas elas precisam ser de casas onde a morte nunca tenha ocorrido”.
Kisagotami encheu de esperança seu coração. Mas, assim que ia de porta em porta, ouvia uma história de perda após a outra. Naquela noite, quando voltou ao Buda, ela tinha aprendido que o luto não era sua tragédia pessoal, mas uma característica da condição humana, e aceitou o fato.
Tristemente, ela soltou a criança morta. E se curvou ao Buda.”

“Um falso amigo é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir o seu corpo, mas um falso amigo irá ferir sua alma.” Buda
“Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde; Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro; Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.” Buda
“Existem três classes de pessoas que são infelizes: a que não sabe e não pergunta, a que sabe e não ensina e a que ensina e não faz.” Buda
“Eu sou o resultado de meus próprios atos, herdeiro de meus próprios atos; os atos são meu parentesco; os atos recaem sobre mim; qualquer ato que eu realize, bom ou mal, eu dele herdarei." Eis em que deve refletir todo homem e toda mulher.” Buda
“Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o.” Buda

VEDAS
Literatura Sânscrita

A literatura sânscrita pode ser classificada e conduzida sob seis encabeçamentos, e quatro formas seculares. As seis formas ortodoxas de divisão são autorizadas pelas escrituras dos Hindus; as quatro seculares divisões incorporaram o desenvolvimento tardio na literatura clássica Sânscrita a saber:
As seis escrituras são: (i) Srutis, (ii) Smritis, (iii) Itihasas, (iv) Puranas, (v) Agamas e (vi) Darsanas. Os quarto Escritos Seculares são: (i) Subhashitas, (ii) Kavyas, (iii) Natakas e (iv) Alankaras.


Veda – O conhecimento desvelado

Os Srutis são os chamados Vedas, ou os Amnaya. Os Hindus receberam suas religiões através da revelação dos Vedas. Estas eram revelações intuicionais diretas e eram seguras para serem consideradas Apaurusheya ou inteiramente supra-humano, sem nenhum autor em particular. Os Vedas são as orgulhosas glórias dos Hindus, e de todo o mundo sábio.
O termo Veda advém da raiz sânscrita “Vid”, conhecer. A palavra Veda significa “conhecimento”. E quando ela se aplica às escrituras, ela significa “livro de conhecimento”. Os Vedas são o fundamento das escrituras dos Hindus e a origem de outros cinco grupos de escrituras; razão, até mesmo, do secular e do materialismo. O Veda é o depósito do conhecimento indiano e glória memorável do qual o homem jamais poderá esquecer até a eternidade.
Os Vedas são as verdades eternas reveladas por Deus para os antigos grandes sábios, Rishis, da Índia. A palavra Rishi significa “vidente, ou profeta”, derivado da palavra sânscrita “dris”, “ver”. Ele é o Mantra-Drashta, vidente do mantra ou do pensamento. O pensamento não de um sábio particular. Os Rishis viram a verdade ou ouviram-na. Portanto, os Vedas são o que foi ouvido (Sruti). O Rishi não os escreveu. Ele não Os criou fora de si. Ele foi um vidente a partir daquilo que viu como já existente. Ele somente fez uma descoberta espiritual por intermédio da meditação. Ele não é o inventor dos Vedas.

A glória dos Vedas

Os Vedas representam as experiências espirituais dos Rishis de outrora. Os Rishis eram como um médium, ou um agente de transmissão, para as pessoas, da experiência intuicional que eles tinham recebido. As verdades dos Vedas são revelações. Todas as outras religiões do mundo afirmam a autoridade d’Eles como tendo sido entregues por mensageiros especiais de Deus, para certas pessoas, mas os Vedas não devem Sua autoridade a ninguém. Eles são em si mesmo a autoridade como eternos; eles são os conhecimentos do Senhor.
O Senhor Brahma, o criador, transmitiu o conhecimento divino para os Rishis videntes. Os Rishis disseminaram o conhecimento. Os Rishis Védicos eram grandes pessoas realizadas que possuíam a intuitiva percepção direta do Brahman, ou a verdade. Eles foram escritores inspirados. Eles edificaram um simples, grande e perfeito sistema de religião e filosofia, do qual os fundadores e professores de todas as outras religiões extraíram suas inspirações.
Os Vedas são os antigos livros da biblioteca do homem. As verdades contidas em todas as religiões são derivadas dos Vedas e são, no final das contas, o que pode ser seguido pelos Vedas. Eles são a fonte original da religião, são a origem fundamental para a qual todas as religiões conhecidas podem ser executadas. Religião é de origem divina. Ela foi revelada por Deus para o homem nos tempos aurigênicos. Esta é a expressão dos Vedas.
Os Vedas são eternos. Eles não têm começo ou fim. Uma pessoa ignorante talvez diga como um livro pode começar e terminar, mas nos Vedas isso não ocorre. Os Vedas surgiram pela respiração do Senhor. Eles não foram compostos por nenhuma mente humana, jamais foram escritos ou criados. Eles são eternos e impessoais. A data dos Vedas jamais poderá ser fixada; ela jamais poderá ser determinada. Os Vedas são verdades eternas espirituais, são a incorporação do Conhecimento Divino. Os livros podem ser destruídos, mas o conhecimento não pode ser destruído, é eterno. Neste sentido, os Vedas são eternos.
Rig-Veda Sabedoria dos Hinos de Louvação
Atharva-Veda Sabedoria das Fórmulas Mágicas
Sama-Veda Sabedoria das Melodias
Yajur-Veda Sabedoria das Fórmulas Sacrificiais

Divisão dos Vedas

Os Vedas dividem-se em quatro grandes livros: Rig-Veda, Yajur-Veda, Sama-Veda e Atharva-Veda. O Yajur-Veda é novamente dividido em duas partes, o Sukla (claro; branco), e o Krishna (escuro; negro). O Krishna ou o Taittiriya é o livro antigo, e o Sukla, ou o Vajasaneya, é a última revelação do sábio Yajnavalkya, a partir do resplandecente deus Sol.
O Rig-Veda é dividido em 21 secções; o Yajur-Veda possui 109 secções; O Sama-Veda possui mil secções e o Atharva-Veda 50 secções. No todo, os Vedas dividem-se em 1.180 secções.
Cada Veda consiste em quatro partes: o Mantra-Samhitas, ou hinos; os Brahmanas, ou explanações dos Mantras dos rituais; os Aranyakas e as Upanishads. A divisão dos Vedas dentro de quatro partes é para satisfazer os quatro estágios da vida do homem.

A essência dos Vedas

Viva-se no espírito do que está contido nos Vedas! Estudemo-los para distinguir entre o permanente e o impermanente. Contemple-se o Ser e a todos os seres em todos os objetos. Nomes e formas são ilusórios; portanto, superemo-los. Sintamos que não há mais nada além do Ser. Repartamos o que temos - física, mental, moral ou espiritual - com todos. Sirvamos o Ser em todos. Percebamos que quando servimos os outros estamos servindo a nós mesmos. Amemos ao nosso próximo como a nós mesmos. Dissolvamos todas as nossas ilusórias diferenças. Removamos todas as barreiras que separam o homem do homem. Mesclemo-nos com todos. Abracemos a todos. Destruamos o pensamento sexual e corporal pelo constante pensamento no Ser ou o assexuado Atman sem corpo. Fixemos a mente no Ser enquanto trabalhamos. Esta é essência dos ensinamentos dos Vedas e dos sábios de outrora. Isto é o real, a vida eterna no Atman. Coloquemos esses assuntos em prática na batalha do dia a dia da vida. Isso nos fará brilharmos com um Yogi dinâmico, ou um Jivanmukta. Não há dúvidas sobre isso.

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