O poder da palavra dita a seu tempo
Joenildo Fonseca Leite
“Como maçãs de Ouro em Salvas de
Prata, assim é a Palavra dita a Seu Tempo”. Provérbios 25.11.
"A palavra certa na hora certa é como
um desenho de ouro feito em cima de prata" (Linguagem de Hoje)
"Como maçãs de ouro em salvas de prata,
assim é a palavra dita a seu tempo" (Sociedade Bíblica do Brasil)
"A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata" (Nova Versão Internacional)
"A palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata" (Nova Versão Internacional)
Agora pergunte a você mesmo:
Tenho o cuidado de escolher o melhor
momento para falar algo ou a alguém?
De que maneira tenho sabido escolher
as melhores palavras e os momentos oportunos?
Prefiro ser lembrado por minha
sensatez ou por minha inconveniência?
Vivemos hoje
numa época de grande dificuldade, a onde as pessoas não tem mais a chance em
muitas das vezes de serem felizes, ou até mesmo, de terem alguém que possa
confiar para poder ser o seu consolo.
Quando falamos das dificuldades
enfrentadas na vida do ser humano procuramos sempre tentar achar motivos para
que tal sofrimento seja amenizado, mas, contudo quando não achado este motivo
vem logo o desanimo, pois não conseguimos suportar as preocupações, os
problemas, as crises que se levantam contra nós.
É de certeza a todos que a pessoa que
guarda “um espírito” alegre tem uma resistência melhor para enfrentar as lutas
do dia a dia, o espírito quando está alegre reflete no rosto da pessoa a
esperança na vida, mas quando a tristeza vira um estado de espírito há um
abatimento no individuo, um desanimo em todas as áreas da vida, a pessoa
desanimada tem a porta aberta para outros males, o perigo é eminente ao se
perder o bom animo para a vida, a pessoa desanimada perde tudo que já conseguiu
para si, destrói a chance de ser novamente feliz e até mesmo é cometida de
doenças que em muitas vezes não são diagnosticadas, ou mergulha em vícios,
prazeres momentâneos, mas sempre estará com um desanimo profundo em sua vida.
O
que produz o desanimo? Frustrações com pessoas razão para o desanimo:
O homem é um ser social, é impossível para
o homem viver sozinho, isolado do resto do mundo, só que se relacionar com as
pessoas não é uma tarefa fácil, somos seres diferenciados na forma de pensar,
na cultura, na ética, em gosto e em outros fatores do viver.
Estas diferenças
provocam choques, e tais choques várias vezes se transformam em frustrações,
todos nós já passamos por frustrações e já provocamos estas em vários outros.
Mas, contudo, vemos que algumas frustrações pessoais provocam desanimo a nosso
ser, e logo ficamos nos sentindo da pior forma possível.
A ira é um
sentimento normal em situações de frustração, mas, contudo temos de ter o
equilíbrio para acalmar o coração e sossegar o nosso espírito.
Quando
não conseguimos esta equidade sofremos a frustração com a pessoa, e então
perdemos a capacidade de nos relacionarmos, com todos, e isto, nos deixa
doentes.
A pior
guerra que o ser humano trava é consigo mesmo, acreditar em si é muito difícil,
o mundo em vivemos colabora para que muitas pessoas vivam pensando que são
fracassadas devido à grande concorrência e competição da vida, vivemos em
épocas assombrosas aonde muitas pessoas tiveram seu sonhos roubados e
desacreditadas por vários motivos, uns não tiveram a chance de estudar, outros
não tiveram ninguém para apoiar; é verdadeiramente são vários os motivos.
Já as
palavras! É incrível o que elas podem fazer, palavras constroem nações e as
destroem, palavras dão vida aos moribundos, mas também lhes tiram o restante de
vidas que estes os têm. Não que existem poderes místicos na fala de alguém, mas
o poder é o choque que estas causam na vida do ouvinte (Provérbios 15:1 'A
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira'.), umas palavras
brandas, tranquilas traz paz na vida daquele que a perdeu, com uma boa palavra
podemos salvar vidas que estão em pleno desespero.
Não há como calcular o valor
de uma boa palavra, em Provérbios nos diz desta maneira (Provérbios 25:11 'Como
maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo'.),
palavras de valor que trazem esperança e paz, tais palavras é como um carinho
na alma de quem as ouve (Provérbios 24:26 'Como beijo nos lábios, é a resposta
com palavras retas'.), as palavras segundo o Livro da Lei só deveriam sair de
nossos lábios para o bem, e o que é estritamente necessário (Efésios 4:29' Não
saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem'.), edificar
vidas com as palavras esta é a razão de falarmos e comunicarmos, mas nem sempre
é isto que acontece, pois vemos no provérbio inicial que a palavra dura suscita
a ira, e com isto em vários casos o desânimo precedido da morte psicológica.
A palavra dita
em momentos importunos podem trazer tristeza, desânimo a uma pessoa, o texto
canônico da Epístola de Tiago 3:6 “Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade;
a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo
inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como
também é posta ela mesma em chamas pelo inferno”, o fogo tem poder de destruir
tudo que toca, quando há incêndio em uma mata vemos que destruição, não se
resume a apenas na mata, mas também a tudo que vive na mata, assim é a palavra
errada, ela pode contaminar pessoas inteiras por toda vida, traumas são
inevitáveis na vida de pessoas que foram feridas por palavras torpes.
Somos frágeis,
e vimos que podemos ter diversas situações que nos proporciona o desanimo, mas,
contudo vemos que temos a chance de vencer este quadro desde que venhamos a
estar em harmonia com o templo interior e venhamos alcançar o equilíbrio em
nossas ações, e acima de tudo acreditar que tem um poder inigualável em nossas
vidas que nos trará sempre a alegria, ânimo que perdemos no meio do caminho
(Salmos 59:16 - 'Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã, louvarei com
alegria a tua misericórdia, porquanto tu foste o meu alto refúgio e proteção no
dia da minha angústia'.), Deus é a força dos que
não tem mais força para viver, Ele é o que nos guarda a cada momento da vida, É
claro que problemas existem e não há mágica para se livrar deles, mas, no dia
da angustia, do desanimo, encontramos sabedoria, força e beleza, acreditando na
ação do Supremo Arquiteto Criador dos céus e da terra - Deus.
Existem
palavras e atitudes capazes de atingir o coração das outras pessoas. O
que tornou Salomão um homem notável? Se imaginarmos que ele tinha a grande
tarefa de substituir Davi, um homem segundo o coração de Deus, conseguiremos
entender o tamanho da tarefa que estava diante dele. O que o tornou notável foi
fazer a oração certa, soube usar das palavras no tempo certo e buscou auxilio
no Ser perfeito.
Uma pessoa
notável é alguém que é notado quando entra em um ambiente, que realmente faz a
diferença onde está. Isso não diz respeito à busca de conceitos aprimorados,
mas sim de agradar o Criador, a fim de ter da parte dEle a Graça.
O Soberano em sua sabedoria inspira o sábio Rei
Salomão em dizer nesse versículo que a palavra dita em tempo certo é como maçãs
de ouro, entregues em bandejas de prata, ou, em melhores traduções, “como maçãs
de ouro desenhadas em bandejas de prata, como Ele mesmo diz em Eclesiastes, que
há tempo para tudo.
A tempo de falar e tempo
de se calar precisamos estar atentos a voz do Senhor, pois, no seu tempo ele nos orienta.
Muitas das vezes achamos
que devemos falar, mas a pessoa não está preparada para ouvir, então serão
palavras lançadas ao vento, pois ela não surtirá o efeito desejado naquele
momento, o Glorioso prepara o coração do homem para
recebê-las e para que elas dêem seu fruto no momento certo, por isso não
podemos ser afoitos em querer falar, em querer abrir o cérebro da pessoa e
jogar a palavra que ela não absorverá.
Em Isaías 50.4 diz: “O
Senhor Jeová me deu um língua erudita, para que eu saiba dizer, a seu tempo,
uma boa palavra ao que está cansado.”
Palavras são
veículos que carregam pensamentos. A palavra apropriada precisa ser escolhida
para que o pensamento seja levado com exatidão, e a maneira pela qual a palavra
é dita ajuda o veículo a transportar sua carga sem perda.
Eis a
importância de fazer uso das palavras apropriadas. Assim sendo, dê um tempo
para considerar os seguintes pontos relativos às palavras ditas a seu tempo.
Como conselho
oportuno. Sugestões e recomendações são, às vezes, excelentes; mas se o momento
não é oportuno, o conselho não atinge o alvo. Há uma arte de se dizer a coisa
certa na hora certa. Uma palavra de conselho que é oportuna é dita
adequadamente.
O conselho de Provérbios
25.11 "Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita
a seu tempo." tem importância estratégica quando o assunto for avaliar ou
criticar. Impossível negar ou negligenciar a utilidade e a importância da
crítica como instrumento de avaliação, indispensável para o progresso de todos
os segmentos da vida e da sociedade.
Aquele que vai criticar ou
emitir juízo, no entanto, precisa refletir sobre duas condições de grande
relevância, antes de fazê-lo, quais sejam o quando e o como.
A ideia do texto de
Provérbios é a de um desenho bem feito em uma salva, ou bandeja, de prata.
A analogia ensina que uma
obra de arte, para ser valorizada e bem apreciada, não pode descuidar ou
desconsiderar o recipiente que servirá de base ou plataforma para
recebê-lá. Da mesma forma a crítica ou a avaliação, para serem bem
recebidas e lograrem o êxito de seu propósito, precisam ser pronunciadas na
hora e da maneira corretas.
Assim entendemos que não é
suficiente que a crítica ou o pronunciamento de juízo de valor sejam
procedentes, é fundamental que sejam emitidos de forma tempestiva e agradável,
como um lindo desenho numa bandeja de prata. Da mesma forma devemos agir com a
autocrítica; pois precisamos considerar o nosso momento de vida, sermos gentis
conosco, ao autocriticarmo-nos.
A palavra pensada
cuidadosamente. No uso das palavras, a qualidade é mais importante do que a
quantidade. As palavras que saem da boca do conversador superficial são
raramente ditas adequadamente. Pensa muito pouco aquele que fala demais. A
pessoa que deseja que suas observações sejam adequadas e dignas de serem
ouvidas precisa aprender a pensar com cuidado antes de falar.
A palavra apreciada.
Uma palavra dita apropriadamente é estimada ou valorizada pelo ouvinte. Para
ser apreciada, uma palavra precisa ser compreendida. Alguns oradores erram o
alvo ao usar palavras que seus ouvintes não entendem. Palavras difíceis
obscurecem; linguagem simples derrama luz.
Palavras adaptadas
à ocasião. Há momentos em que a palavra mais adequada está na forma de elogio
ou encorajamento. Assim como a gasolina bem aditivada, o encorajamento ajuda a
eliminar as trepidações. A palavra apropriada em outra ocasião pode ser uma
expressão de simpatia.
O indivíduo que é desanimado ou desencorajado pode ser
auxiliado por uma observação que mostre compreensão e compaixão. Ou, numa
oportunidade diferente, a palavra apropriada pode ter a forma de censura. Feliz
é a pessoa que gradua suas palavras para que elas se adaptem às circunstâncias.
Habilmente
expostas. A verdadeira arte da conversação não é só dizer a coisa certa no
lugar certo, mas evitar ou esclarecer as coisas mal-entendidas. Algumas pessoas
usam muito pouca discrição em suas observações.
Como é dita
uma coisa pode determinar seus resultados tão bem como o conteúdo em si da
mensagem. Paulo escreveu sobre falar “a verdade em amor” (Efésios 4:15); isso
se relaciona tanto com a maneira de dizer como com o que é dito. Se a pessoa
deseja que suas palavras sejam ditas a seu tempo, aprenda a ter tato na
conversação.
A palavra dita
apropriadamente é como “maçãs de ouro em salvas de prata”. “Maçãs de ouro”
provavelmente significa fruta dourada, como laranja ou damasco (Kufeldt). Não
temos certeza que o fruto que chamamos “maçã” crescesse na Palestina nos tempos
bíblicos.
Há quem pense que maçãs nas Escrituras fossem cidras ou marmelos, ou
talvez o damasco. Delitzsch interpreta maçãs de ouro como o nome poético para
as laranjas. Qualquer que seja o fruto específico, a comparação é bastante
fácil de entender e o ponto do provérbio é claro.
Em relação a
salva de prata, há quem pense que seja referência a uma pitoresca cesta de
prata trabalhada, cheia de frutos amarelos dourados. “O contraste do fruto de
ouro na finamente trabalhada cesta de prata, que pode, em conjunto, ser chamada
obra de pintura, tem um delicado e agradável efeito sobre a vista, assim como o
fruto contido tem sobre o paladar numa recepção, num dia de mormaço.
Assim, a
palavra dita judiciosa e oportunamente está tanto em seu lugar como as maçãs de
ouro nas cestas de prata”(A. Clarke).
Dois pontos
ressaltam na comparação. Uma palavra dita apropriadamente é como fruto dourado
servido em bandejas de prata porque tal coisa é bela, e é refrescante.
“Palavras apropriadas,
bem vindas, são tão belas como um fruto dourado sobre um fundo de prata. Tais
palavras, como uma pintura bem executada, são tão encantadoras como uma elegante
moldura feita para a pintura” (Delitzsche).
E como é
refrescante a aparência do fruto dourado numa cesta de prata! Muitas vezes uma
fruteira contendo frutas frescas é colocada sobre uma mesa para acrescentar uma
atmosfera sadia à área do jantar. Palavras sadias, apropriadas, são como
refrescos. Freqüentemente as palavras que ouvimos são inadequadas, mal
escolhidas, e soam muito mal. Uma palavra que se ajusta às circunstâncias e
conduz um pensamento apropriado é revigorante.
Salomão foi um
homem notável, mas isso foi fruto do cumprimento de alguns princípios. Vejamos
alguns princípios que fizerem dele um homem notável:
Prudência
nas palavras –
Ele pesava as palavras e, quando falava, era capaz de atingir as pessoas, um
exemplo disso é o livro de Provérbios.
É preciso buscar falar as palavras
certas na hora certa. É melhor que as pessoas queiram nos ouvir do que
desejarem que nos calemos. 'Como
maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo' (Provérbios 25.11). 'Portanto, todo o homem seja pronto para ouvir,
tardio para falar, tardio para se irar' (Tito 1.19).
Existem
pessoas que têm muito conhecimento, mas, porque não sabem como e quando se
colocar, acabam sofrendo duras conseqüências. É preciso aprender a vigiar as
palavras, tomar cuidado com aquilo que falamos e fazer uso do bom senso e da
prudência. Falar demais sempre é prejuízo.
As boas palavras atrairão favor em
todos os lugares. O que ama
a pureza de coração, e é amável de lábios, será amigo do rei (Provérbios
22.11).
Ser
rápido e implacável em atender as ordens de Deus - Será que somos rápidos e prontos em
obedecer ao Senhor, ou procrastinamos a obediência o
quanto podemos? Somos prontos a reclamar quando achamos que a resposta do
Senhor está tardando, mas e a nossa prontidão em obedecer?
Na medida da
rapidez em que obedecermos a voz de Deus, a ouviremos cada vez mais e com mais
clareza. A História conta que, durante quatrocentos anos, houve silêncio do
Senhor para com o povo de Israel, pois eles não estavam dispostos a obedecer.
Será que quando ouvimos ao Senhor Lhe obedecemos prontamente e nos mínimos
detalhes? Joy Dawson diz que “a obediência tardia é desobediência.” O comando é
para aquele momento.
Ter
disposição para o sacrifício
– E foi o rei a Gibeom para
lá sacrificar, porque aquele era o alto maior; mil holocaustos sacrificou
Salomão naquele altar (I Reis 3.4). Não havia retenção ou avareza
no coração de Salomão. Ele procurou o melhor lugar e as melhores coisas para
dar ao Senhor e para a construção do templo.
Fazer
o bem a quem nos faz o bem é fácil. Se
for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens (Romanos
12.18). Será que há disposição em nosso coração de sacrificar por
amor ao Senhor? A verdade é que sempre tentamos
prevalecer, mas onde fica o sacrifício? O Apóstolo Paulo viveu a realidade
do sacrifício por Cristo: Recebi
dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com
varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia
passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de
salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos
na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos
irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum
muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o
cuidado de todas as igrejas (II Coríntios 11.24-27).
Quanto
sacrifício estamos dispostos a fazer por Deus?
Era
grato – E
disse Salomão: De grande beneficência usaste tu com teu servo Davi, meu pai (II
Reis 3.6).
Salomão
reconheceu que a grandeza, misericórdia e poder que estavam sobre seu pai e
também sobre ele vinham do Senhor. Muitas vezes achamos que todos são
obrigados a fazer algo por nós. Será que somos realmente gratos? Será que já
agradecemos nossos pais pelos pequenos detalhes diários? Somos tendentes a
desprezar a necessidade de gratidão no cotidiano para com aqueles que nos
atendem, nos servem e até convivem intimamente conosco.
É preciso
entender que, quando reconhecemos o benefício, abrimos um precedente no reino
espiritual para o retorno. Não é o valor, mas o carinho, a motivação, o favor é
que contam. Será que nos lembramos de agradecer a quem nos faz o bem, até mesmo
aqueles que trabalham para nós e nos servem?
Salomão
entendeu que a gratidão abria portas. Alguns acham que não precisam agradecer,
já que tudo vem de Deus. Ao contrário: é preciso agradecer as pessoas e ao
Senhor, afinal, somos cativados pelo amor.
Todas
estas coisas estão ao nosso alcance desde que queiramos. Realmente não é fácil,
mas, se for feito de maneira integral e disposta, os frutos serão visíveis e
inevitáveis. Não basta saber falar. É preciso saber falar no tempo certo. No
momento oportuno. E é justamente aí que muitas pessoas falham.
É necessário
termos o bom senso de escolher a melhor hora para expressarmos nossas opiniões
ou tecermos comentários a respeito de algo. Quem sabe falar no tempo certo, na
hora adequada, só verá bons resultados para a sua fala.
Se nos
preocupamos em cultivar relações saudáveis e positivas com as pessoas que nos
cercam é importante que possamos considerar a sabedoria que precisamos ter no
uso de nossas palavras.
Existe uma relação estreita entre a comunicação e as
relações interpessoais. As relações interpessoais são elementos-chave em nosso
desenvolvimento pessoal, na percepção do que somos e no tipo de interação que
estabelecemos com as pessoas à nossa volta. Manter trocas positivas é essencial
para alimentarmos relações construtivas e animadoras.
As palavras
têm poder de encorajar, aproximar, viabilizar vínculos de confiança e
consideração, do mesmo modo como podem ter como resultado a apreensão, a
desconfiança, o desânimo, o afastamento e o conflito.
Para que
possamos fazer bom uso das palavras, precisamos fazer algumas aprendizagens
essenciais:
A
primeira delas é o domínio próprio. Em um diálogo precisamos aprender a ouvir e
isso implica não apenas escutar o que o outro diz, enquanto elocubramos
internamente justificativas, desculpas e argumentos de contraposição, mas ouvir
procurando entender de fato o que outro nos diz, que sentimentos estão
presentes em sua fala, que percepções são manifestas naquilo que é dito.
Não
basta ouvir as palavras, é preciso sentir o coração. Estar disponível para
acolher a perspectiva do outro, o sentimento do outro, o modo como o outro
percebe e expressa suas próprias emoções e leituras do assunto que estamos
tratando.
É
preciso saber checar cuidadosamente nossa própria percepção e a sintonia que
tivemos na compreensão do que o outro nos diz. Os significados que damos àquilo
que é dito são constituídos a partir de nossa própria história. Sempre ouvimos
o outro a partir de nossas possibilidades e limitações.
Pode ser que, ao
ouvir, não entendemos devidamente o que foi exposto porque a escuta estava
contaminada por nossas próprias experiências e aprendizagens sobre o que foi
dito. Então, é importante perguntar se a compreensão que tivemos é de fato
aquilo que o outro gostaria de transmitir.
O
respeito à diversidade de opiniões é algo de grande importância. Somos seres
únicos, singulares. Temos trajetórias diversas na constituição daquilo que
somos. Portanto, é natural que haja divergências.
Mas se considerarmos a
singularidade de cada um e agirmos com respeito com relação às pessoas com as
quais convivemos, saberemos lidar melhor com tais divergências procurando a
partir delas fazer ricas aprendizagens que ampliem a nossa própria compreensão
dos fatos e situações.
Quanto
mais sentimentos estiverem envolvidos em um diálogo, mais fortes serão as
expressões dos pensamentos. É diverso que alguém fale de "modo
agressivo", "acusador", e que nos sintamos agredidos e acusados.
A força da fala do outro está diretamente relacionada à mobilização que sente
ao expressar suas opiniões. Nos sentirmos agredidos e acusados está diretamente
relacionado à nossa escuta e capacidade de entendermos a expressão do outro,
como uma expressão pessoal, que não tem necessariamente de ser uma afirmação de
verdade sobre o que nós mesmos somos. Ou seja, só nos sentimos agredidos e
acusados se assim o decidirmos.
Até
então, comentei apenas sobre a escuta e algumas coisas que estão envolvidas no
processo de comunicação. Vale lembrar da recomendação bíblica: "Sejam
prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se" (Tiago
1:19). O processo de ouvir é delicado e envolve sabedoria e domínio próprio.
É
possível afirmar que sendo bons ouvintes seremos mais sábios em nossa
comunicação e no uso de nossas palavras. Saberemos que a expressão de nossas
palavras deve implicar um melhor entendimento de nós mesmos e do outro com o
qual nos relacionamos.
Nossas palavras devem servir para construir pontes e não
para edificar muros. Devem ser expressões de nossa autenticidade e não uma teia
de aprisionamentos, mágoas, acusações. Se nossas palavras são amargas, é nosso
próprio coração que temos que checar.
Se nossas palavras são dúbias, desleais e
usadas como manobras de poder e convencimento, é a nossa própria vida que
devemos rever, são as nossas próprias escolhas que devemos ter a coragem de
examinar.
Quanto
mais nos amamos e nos compreendemos, mais autênticos somos, melhor conseguimos
amar, compreender e respeitar a autenticidade do outro.
Se
falamos demais e atropelamos o outro com nossas próprias percepções, se nossas
palavras são impensadas e impulsivas, isso pode significar que temos
dificuldade de ouvir a nós mesmos, de estabelecer um diálogo dentro de nós com
aquilo que temos sido.
Falar pode ser uma maneira de fazer calar. Fazer calar o
outro, que não queremos ouvir, é fazer calar a nossa própria voz interior que
temos medo de contatar.
O
crescimento pessoal e uma melhor saúde de nossos relacionamentos estão
diretamente relacionados. É importante que possamos nos rever, nos ouvir e
estar atentos às intenções dos nossos próprios discursos e seus resultados.
Aprendendo mais sobre nós mesmos, aprendemos também como construir relações
mais saudáveis e realizadoras.
Enfim, "como
maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo".
Nossas palavras nos revelam, revelam os espaços profundos de nossas almas.
Serão preciosas à medida que também o forem os valores e tesouros de nosso
próprio coração.
Referências
Biblia
Sagrada – João Ferreira de Almeida
Mircea
- Introdução a Filosofia
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