11 de fev. de 2018

PODER DO EVANGELHO QUE PROMOVE LIBERDADE VERDADEIRA.

O PODER DO EVANGELHO VERDADEIRO
Introdução:
Neste início de ano, 2018, acompanhamos pela mídia jornalística a ação da polícia federal em duas operações: “Operação De volta para Canaã e Operação Colheita Final”, as quais iniciaram em 2011, o alvo era apurar o aliciamento de fiéis das seitas religiosas: que aliciavam fiéis para trabalhar em condições análogas à escravidão em fazendas e estabelecimentos comerciais de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Segundo a Polícia Federal, eles devem responder pelos crimes de tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Seus líderes, agiam convencendo fiéis a doar todo o seu patrimônio a associações controladas pela organização criminosa, sob o pretexto de viver em comunidades, onde todos os bens seriam compartilhados. Depois de doutrinadas, as vítimas eram levadas para zonas rurais e urbanas em Minas, São Paulo e Bahia, onde eram submetidas a extensas jornadas de trabalho, sem nenhuma remuneração, em lavouras e estabelecimentos comerciais como oficinas mecânicas, postos de gasolina, pastelarias e confecções. De acordo com a Polícia Federal, com a apropriação dos bens dos fiéis e o desempenho de atividades comerciais sem o pagamento da mão-de-obra, a seita acumulou grande patrimônio – casas, fazendas e veículos de luxo – e estaria ampliando a área de atuação até o estado do Tocantins.
Vemos aqui um clássico exemplo de um pseudo evangelho que não promove a liberdade e sim a escravidão. Infelizmente isto tem se tornado comum no dia a dia, e centenas e até milhares de pessoas tem se deixado conduzir pelo engodo do falso evangelho. Mas, não pense você meu irmão e minha irmã que isto seja algo novo destas últimas décadas. Desde o período da Igreja Primitiva, da época dos primeiros séculos da Era Cristã, situações semelhantes já ocorriam, como por exemplo, a venda de indulgências para alcançar o perdão dos pecados e o acesso das almas ao Paraíso, a troca das terras/fazendas deste mundo na esperança de um pedacinho do céu ao lado dos apóstolos e do Santo Cristo, como até mesmo o livramento do ‘purgatório’.
Os apóstolos assim como os Pais da Igreja, enfrentaram diversos embates por causa destas e outras heresias que foram surgindo. Lemos em suas cartas, várias passagens que são tidas como alertas para o povo cristão, onde os apóstolos admoestam aos leitores a permanecerem livres em Cristo, sem se deixarem levar por ventos de doutrinas, como presas fáceis por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.
O apóstolo Paulo junto com Timóteo, em sua carta aos irmãos em Colossos, admoestam acerca do sincretismo religioso, a combinação de ideias de outras filosofias e religiões com a verdade cristã, chegando à negação de que Cristo é Deus e Salvador. Era notório a presença do legalismo, do ascetismo e do misticismo no seio da Igreja.

Neste momento, quero aterme ao capítulo 1. 3-23, para falar-lhes acerca do PODER DO EVANGELHO QUE PROMOVE LIBERDADE VERDADEIRA.

1. VV.3-5,8. Que produz ação.
A mensagem apresentada por meio do Evangelho gera a concepção da Esperança reservada nos céus, como fruto da Palavra da Verdade do Evangelho. Não se trata aqui de um evangelho imediatista, consumista e globalista, mas, sim, o Evangelho transformador. E essa mudança de vida, chega aos ouvidos dos apóstolos como uma ação exitosa.
Nisto notamos que enquanto palavras comovem, o testemunho verdadeiro do Cristianismo arrasta, no sentido de arrancar para fora produzindo vida em abundância.
Este Evangelho apresentado aos irmãos em Colosso, Ásia Menor, promovia a ação solidificada de uma fé firme e operante em Cristo Jesus, uma atitude de amor para com toda a irmandade e em destaque o amor em Espírito, ou seja, deixando de agir carnalmente para viverem em espírito.

2. VV.6. Verdade do Evangelho contínuo
Evangelho que chegou aos irmãos em Colossos e em todo mundo antigo e foi frutificando desde o dia em que foi ouvido e conhecido a graça de Deus em verdade.
Interessante ressaltar que uma das razões desta mensagem salvífica e transformadora se dá, em ouvir e conhecer.
Muitos tem escutado, mas não tem ouvido, ou escutam, ouvem, mas que tipo de graça, ou que tipo de Deus e isto realmente em verdade?
Quanto se tem ouvido falar da pseudo graça, recebida pela barganha religiosa, pelo ritual espiritual do fogo e do sal?
‘Evangelhos’ baratos assim tem inundado os meios de comunicação, e conquistado mentes que debilitadas no quesito da fé e do conhecimento, se deixam conduzir como cegos ao precipício eterno.
É essencial ouvir e conhecer dia a dia acerca da graça de Deus em verdade. E ela se manifesta não apenas por meio da palavra, a graça em verdade é Cristo Jesus manifestado aos homens, crido por muitos, morto da cruz e ressurreto dentre os mortos e glorificado aos céus estando junto a Deus Pai.
Esta mensagem nunca será esquecida, ela é eterna, contínua.

3. V.7. manifestada através da vida de Epafras
Paulo aqui destaca a pessoa de Epafras, um discípulo que agora manifesta os frutos da salvação. Não considerado menor por alguma razão, mas como um amado conservo. Em Cristo não há acepções de pessoas, ou distinções entre aqueles que servem a Ele, no labor do seu reino, no entanto, Paulo apresenta adjetivos que vale a pena considerar: amado, fiel.
No trabalho em prol do Evangelho, quantas vezes, demonstramos desamores, divisões, pretensões por alguma pessoa em detrimento de outra. Quantas vezes, o amor tem ficado apenas nas prédicas, nos sermões de domingo, nas oratórias dominicais? E o que considerar em razão da fidelidade?
Fiel ministro de Cristo – um representante da maior autoridade que se possa ouvir e procurar conhecer, o ministro, o sacerdote, o obreiro, o cooperador, o ancião, enfim, toda e qualquer pessoa que está a serviço dos ofícios eclesiais, demonstra uma vida de fidelidade? Não. Com pesar, afirmo. Em que se dá essa atribuição de Paulo a Epafras acerca da sua fidelidade? Imagina. Fiel ministro de Cristo na vida pessoal, na vida familiar, nos tratos com as pessoas, nos negócios da vida secular, na vida espiritual, nos compromissos assumidos no momento da consagração, dos votos, da ordenação e na prática eclesiástica?
 Epafras era um fiel ministro de Cristo, e nós?

4. VV. 9-14. Que gera:
Intercessão por parte dos apóstolos, ao ponto dos mesmos manifestarem tais ações como orar e pedir a Deus em suas súplicas para que aqueles irmãos pudessem ser cheios, transbordantes do conhecimento da vontade divina. Ora, uma vez tendo o conhecimento da vontade divina, trabalhamos o nosso livre arbítrio a se dobrar, aceitar, acatar e promover não apenas em nós, mas nas outras pessoas essa vontade. Muitas vezes, ouvimos alguém afirmar que errou, pecou, porque não conhecia, não sabia, não tinha o conhecimento de tal verdade, tal princípio espiritual.
Por isso Paulo ainda escreve, ser transbordante, cheio em toda sabedoria e de inteligência espiritual.
Deus não nos quer ignorantes quanto à graça, o arrependimento, a regeneração, a adoção, a justificação, a santificação, a glorificação. Deus nos aceita como filhos, e como filhos de Deus, devemos buscar tais conhecimentos com sabedoria e submissão à Sua vontade.
Paulo não despreza aqui o conhecimento científico humano, no entanto, ele dá ênfase para adquirir sabedoria, inteligência espiritual, e tais virtudes são alcançadas por meio de estudos das Sagradas Escrituras, da intimidade com Deus em oração e da vida no espírito, lembrando de que não se trata de apenas uma das, e sim, a vivência de todas elas em nossa vida.
De tal maneira que possamos andar, vejam aqui outra ação gerada. Não andar como estamos, como meninos na fé,
Andar sim, de modo digno diante do Senhor. Ou seja, tudo o que dignifica, nos torna digno diante de Deus, em todas as esferas da nossa vida, assim devemos proceder.
Como exemplo, um Pai que ao ver o filho, pensa consigo mesmo ou comenta com alguém próximo. “Esse meu filho, essa minha filha me dignifica o nome, tenho orgulho de tê-los como filhos, em momento algum eles se tornaram indignos.
O apóstolo Paulo continua, não apenas estar digno, há também a ação de frutificar em toda a boa obra.
Cristão que anda de modo digno diante do Senhor, procura não ficar na inércia, esperando tudo nas mãos, como filhotes de aves em seus ninhos que aguardam o alimento no bico e ainda não voam. O cristão que em sua vida procura agir de modo digno para com o Senhor, procura estar sempre produzindo, e aqui o apóstolo destaca, em toda boa obra.
E essas ações, de estar digno, de frutificar, o motiva a crescer no conhecimento de Deus.

A presença destas virtudes, é razão para os apóstolos pedirem a Deus que os fortaleça em todo o poder. Poder espiritual, autoridade em Cristo, uma vez que tal fortaleza se dá segundo a força da glória de Deus.
Claro que em meio a tudo isto, haverá confrontos, lutas, embates, por essa razão, Paulo acrescenta, em toda a paciência e longanimidade com alegria, duas grandes virtudes que fazem a diferença.


Admiro a oração e orientação do apóstolo, pois, sempre ele procura despertar na mente dos seus leitores, a importância da ação de graça, dando graças ao Pai.
Afinal foi por vontade Dele que fomos tidos como idôneos para participar da herança dos santos na luz, e que herança, vida eterna junto com Cristo. Nos tirou da potestade das trevas, ou seja, estávamos sujeitos às inclinações da carne, do pecado, do mal, influenciados pelas potestades, espíritos caídos que tenazmente procuram nos subverter os pensamentos para o mal, tornando-nos escravos e filhos da ira de Deus. Mas, Deus nos tirou, e não apenas tirou e deixou-nos a bel prazer, também nos transportou para o Reino do Filho do seu amor, vejam bem, Ele mesmo foi o que tirou e o mesmo que transportou, a ação não partiu do homem/criatura, mas partiu do Criador/Deus.
Uma vez, feito isto, Sua manifestação, interação com o ser humano também gerou a doação, a qual Ele concretizou por meio de Jesus Cristo, nos dando a redenção pelo sangue, ou seja, o perdão dos nossos pecados.
Cabe aqui, esclarecer que, uma vez tendo alcançados essa redenção, isto não nos dá o direito de continuarmos em uma vida de erros, de pecados, crendo que podemos nos debaldar na prática do mal, que Deus tem a ‘obrigação’ de nos perdoar . As Escrituras, são bem claras, quando afirma: “vai e não peques mais”. Ou seja, uma fez ciente de que errou, reconheça o seu estado de miserável pecador, se arrependa, e, não volte mais a cometer esse mesmo tipo de erro. Isso é ser cristão arrependido e não crente com remorso.

5. VV. 15-22. Razão de tudo - Cristo
Nesses versículos, encontramos a defesa da fé cristã, quando a mensagem expressa é a da defesa da divindade de Cristo.
Paulo procura conscientizar os irmãos em Colossos de que Jesus, é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, a razão de tudo (tudo foi criado por ele e para ele).  A cabeça do corpo da igreja,  o princípio e o primogênito dentre os mortos, e espiritualmente supremo no universo.
Ele continua descrevendo suas afirmativas, pois nele foram criadas todas as coisas,  que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, -tronos – dominações – principados – potestades, nele foi feito a paz, pelo sangue da sua cruz, por meio dele houve reconciliação, de todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.
Ainda mais, nos reconciliou, no corpo da sua carne – pela morte – para, perante ele apresentarmo-nos, como santos, irrepreensíveis e inculpáveis.
Aqui temos uma profunda análise teológica cristocêntrica, a qual iremos discorrer em tempo oportuno.
Agora, tudo o que foi apresentado pelo apóstolo Paulo, tem por fim uma condicional.

6. V.23. Admoestação condicional.
Se na verdade permanecermos fundados e firmes na fé não nos movendo da esperança do evangelho verdadeiramente pregado a toda a criatura, do qual Paulo foi feito ministro.
Aqui está outra grande verdade, podemos alcançar toda esta graça e crescimento espiritual se, de fato, estamos cientes da nossa conversão ao Poder do Evangelho Verdadeiro.

Conclusão: Ser cristão não é apenas identificar-se para o mundo como participante de um grupo religioso, vestir roupas estampadas com imagens e chavões bíblicos, ou até mesmo, recusar algum tipo de diálogo com alguém à porta da sua casa. Ser Cristão, como diz as Escrituras, é viver o Evangelho de Cristo, com Cristo, por Cristo e para Cristo. Em liberdade não apenas de culto, mas liberdade de Espírito para adorá-lo em todo o tempo e servindo de exemplo para outros.

Rev. Joenildo Fonseca Leite

Igreja Batista Independente/UMBI MINAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário