Onde devemos começar nossas reflexões sobre a educação cristã?
O ponto crucial são nossas predisposições.
O que para nós significa ser cristão? Crer em certas coisas? Ter certos valores morais? Comportar-se de certa maneira? ou a algo além disto, alguma essência que define o que nós somos?
Ao examinar as Escrituras, percebo que o ponto de partida está nessas palavras de Jesus: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10. 10).
Vida e morte são temas básicos na Bíblia. A morte e a vida aparecem sempre lado a lado como realidades que devemos experimentar aqui e agora e que transcendem o tempo.
No Antigo Testamento o termo utilizado para vida mais comum indica claramente que ela significa mais que simplesmente vitalidade física. O conceito hebraico abriga também uma dimensão eterna.
A Bíblia indica que o significado da vida não se limita ao curto espaço de anos entre nascimento e o sepultamento de alguém.
O Novo Testamento vai além de dar novos aspectos ao significado de vida, ele tem uma palavra, "Bios”, para a vida aqui na terra e suas funções, e outra palavra “Zoe” que tem uma rica variedade de significados.
Esta vida a qual atribuímos o nome de eterna afirma expressamente que ela é um resultado da fé em Cristo, e que os seguidores de Jesus a possui já agora. Então, dizer que Cristo da vida eterna na verdade é falar principalmente da qualidade e da natureza desta vida, nem tanto da sua duração.
Seres humanos que neste mundo só nasceram, cresceram e se desenvolveram de acordo com as leis naturais que governam esse universo físico na Bíblia estão mortas em termos de vida sobrenatural, e precisam ser vivificados, pela intervenção pessoal de Deus, através do Evangelho.
Uma morte espiritual que está diretamente oposta a vida eterna, jogou sua sombra escura sobre toda a humanidade. A Bíblia diz que as pessoas estão mortas, se Deus não as chamar à vida.
O Evangelho é a proclamação da vida, afirmando que pela atuação do próprio Deus pessoas mortas no pecado recebe vida em Cristo. Morte e vida definem a Igreja de Cristo e seu povo. A posse da vida distingue um cristão de todas as outras pessoas; este forma com seus iguais uma comunidade que tem a vida divina, diferenciando a igreja todas as instituições humanas. entender nossa fé como vida nos dá a chave para desenvolvermos uma educação cristã clara e teologicamente sadia.
Podemos perceber que através da história dos cristãos têm reconhecido pecado como sendo uma realidade, e tem aceita pedra não como um mito, mas como algo real em tempo e espaço, consequências trágicas que,, por sua vez, se manifestaram do tempo e espaço da história.
É importante relembrar que mesmo as pessoas mortas espiritualmente tem um valor intrínseco aos olhos de Deus - um valor tão grande que somente a pena capital para o assassinato pode estabelecê-lo.
O Novo Testamento também reafirma em Tiago Capítulo 3 Versículo 9, a dignidade e o valor no homem como portador da imagem divina.
A queda não destruiu homem como pessoa, porque todos nós temos todos os atributos de uma personalidade, como Deus. Mente, emoções, vontade, individualidade, tudo permanece.
Gênesis Capítulo 4 demonstra que o homem é capaz de viver com êxito no mundo. A cultura se desenvolveu; uma cultura marcada por sucessos agrícolas, estéticos e industriais, mas, o impacto da Morte espiritual pode ser visto claramente.
A queda não destruiu a essência humana da humanidade, porém introduziu inimizade e conflitos. impôs egoísmo e medo.
A queda não destruiu a capacidade humana de viver e aprender e de criar dentro do universo natural. a queda não destruiu a capacidade humana de ter sonhos, ou de imaginar utopias. A queda destruiu, isto sim, a capacidade humana de viver o sobrenatural, e ter experiências que exigem que o egoísmo seja imerso no amor divino.
A mensagem de vida do Evangelho dirige-se particularmente ao homem como caído.
A promessa de vida eterna fala de restauração das capacidades perdidas. A vida traz uma nova capacidade de perceber a realidade A vida traz a capacidade de experimentar e expressar o verdadeiro amor. A vida traz a opção de viver em comunhão com Deus.
A Promessa de vida, no entanto, não fala de restauração da humanidade. Pessoas espiritualmente vivas e mortas participam da mesma humanidade.
O que é essência do homem é a imago dei e não a queda.
A vida nova não fará de alguém mais do que um ser humano. A vida nova não dará mais valor ou maior dignidade a pessoa. A vida nova não muda necessariamente as capacidades intelectuais de alguém, transformando um cientista ou carpinteiro melhor.
O dom divino de vida também não muda a maneira básica das pessoas aprenderem e crescerem. É vital que compreendamos em que a humanidade toda é igual.
O que muda quando Cristo nos dá vida nova? muda a capacidade de compreender e se aprofundar no significado da vida como Deus aproveitou. vemos na vida a marca da fé cristã. Valorizando todos os seres humanos como pessoas, respeitando os como tendo valor e dignidade.
Cada tipo de vida tem caráter e natureza próprios. Tome na mão grão de trigo em sua mente logo surge o tipo de planta que surgirá dele quando ele for germinar e crescer.
A primeira célula formada pelo espermatozoide e pelo óvulo se parece com qualquer outra ao microscópio. Porém assim que ela crescer, ela revelará que tipo de vida ela abriga. A célula de um coelho produzirá um coelho; a de cavalos sem dúvida produzirá um potro; a humana, um bebê.
É importante compreender que a vida que Deus nos dá em Cristo também tem caráter e natureza próprios.
A medida que ela cresce dentro de nós, nós nos tornamos mais parecidos com ele. o apóstolo Pedro diz com coragem: “pois vocês, pela vida e a terra palavra de Deus, nascendo de novo como filhos de um pai que é imortal, e não de pais mortais” (1 Pe 1.23) Nosso destino é ser igual a ele, por que recebemos da sua vida.
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