DONS ESPIRITUAIS

O que tem acontecido nas igrejas em relação aos dons espirituais?

Várias igrejas vem sofrendo diversos tipos de ações que maculam o princípio espiritual relacionado aos dons espirituais, como por exemplo:

a. Abuso dos dons. Poucos membros usando muitos dons, sem treinamento, sem nenhuma visão, preenchendo uma lacuna que precisava ser preenchida.

b. Uso inadequado dos dons e das pessoas. Pessoas usando os dons errados, tentando fazer uma coisa para a qual não foram chamadas ou colocando-se pessoas em áreas que elas não estão capacitadas para atuar.

c. Muitos membros usando poucos dons, porque nem todos os membros do Corpo de Cristo sabem que também são ministros e que recebem dons espirituais para realizar seu ministério cristão.

d. Falta de treinamento para a descoberta.

Os dons espirituais existem com uma finalidade ímpar no Corpo de Cristo. (1Pe 4.7-11; Rm 12.1-2; 1Co 1.4)

A igreja tem uma missão:

a. Glorificar a Deus (Rm 15.5-6), isto é, incluir Deus em cada segmento de minha vida, priorizar meu relacionamento com Ele.

b. Alcançar o mundo (2Co 5.18-20) – missões, evangelismo, assistência social, etc.

c. Edificar-se – treinamento, ensino, assistência espiritual, comunhão, etc.

O cristão e sua ministério no Corpo de Cristo:

1) Ministrar ao Senhor;

2) Ministrar ao mundo;

3) Ministrar uns aos outros.

O crente é ajudado através dos dons espirituais a se tornarem ministros e realizar a missão da igreja. Lembrando que ministério cristão é uma chamada para um serviço para o qual recebemos os dons espirituais necessários, sendo que um está ligado ao outro. Todos são chamados e capacitados para servir.

Cada crente recebe pelo menos um dom, concedido contínua e gratuitamente (nada faz para recebê-lo). Sua manifestação, entretanto, é ocasional. Deus é a fonte, dispõe os membros, planeja a diversidade. O Espírito Santo distribui, não havendo assim hierarquia (1Co 12.4-6).

1) No nascimento espiritual, todas as pessoas recebem um (ou mais) dom espiritual gratuitamente.

2) Dons espirituais não são o mesmo que talentos naturais. Deus pode transformar um talento natural em um dom espiritual, mas isto é decisão de Deus. No seu trabalho você pode ser um ótimo vendedor, mas como evangelista você não terá tanto retorno, pois talvez seu dom não esteja ligado ao seu talento natural.

3) Os cargos que você tem na igreja não são o seu dom espiritual. Você pode ser o líder dos adolescentes, mas isto não significa que você tenha o dom de liderança. Muitas vezes os cargos na igreja não são distribuídos conforme o dom espiritual de cada pessoa.

4) Aquilo que Deus tem para você fazer é bom, perfeito e agradável (Rm 12.2b). O que Deus lhe der para você fazer agradará o coração Dele, mas também agradará o seu coração (Sl 37.4).

5) Todos os dons são necessários para o crescimento do Corpo de Cristo (1Co 12.12-24). Muitas vezes na igreja alguns dons são vistos como mais importantes (exemplo de línguas, profecias, etc). Esta distinção a Bíblia não faz.

6) Amor não é um dom espiritual, mas sim, fruto do Espírito, que resulta de um processo de crescimento na vida e vem de dentro (Gl 5.22). Aperfeiçoa-se por meio de uma vida de comunhão com o Senhor.

A diversidade na Unidade.

Cada pessoa é única, portanto, nós recebemos dom(ns) espiritual(is), mas temos nossa maneira de ser. Tem algumas áreas que nos motivam, outras não.

Gostos diferentes.

I. Há pessoas que gostam de estar envolvidas com outras pessoas (a 1ª a chegar e a última a sair da igreja; cumprimenta todos os irmãos). Gosta de contribuir na vida de alguém pessoalmente. Eles se motivam interagindo com outras pessoas.

II. Há outras pessoas que gostam de estar realizando tarefas na igreja (arrumando a mesa da ceia, arrumando o som da igreja, etc). Estas gostam de ter algo específico na igreja para trabalhar. Estimulam-se fazendo coisas.

III. Há pessoas que são um pouco dos dois: gostam de estar com pessoas e de realizar tarefas.

Por isso a Bíblia fala que há diferentes serviços e diferentes realizações (1Co 12. 4-6) Duas pessoas na igreja podem ter o mesmo dom, mas uma gosta de trabalhar com pessoas e outra gosta de trabalhar com tarefas. Exemplo: João e Roberto tem o dom de evangelismo. João gosta de trabalhar com pessoas, já Roberto gosta de trabalhar com tarefas. João fará o evangelismo pessoal e Roberto será o responsável em elaborar ou comprar folhetos específicos, preparar uma campanha evangelística da igreja, etc.

Pessoas com o mesmo dom podem atuar em áreas diferentes: pessoas ou tarefas. Os dons espirituais podem ser usados tanto para interagir com pessoas, como em realizar tarefas. O que está realizando tarefas não é menos espiritual do que aquele que está interagindo com as pessoas.

· Estilos diferentes

Nós também podemos ter estilos diferentes: estrutura ou não estruturado. Quem gosta das coisas no lugar, que gosta de planejar com antecedência suas tarefas é estruturado. Já quem gosta de resolver as coisas em cima da hora, que não tem um planejamento muito rígido é não estruturado.

Na igreja tem pessoas que gostam de trabalhar em atividades planejadas com antecedência. Tem horário para começar e horário para terminar. Já outros gostam do que é resolvido na semana, conforme sente no coração. Exemplo de estruturado é aquele irmão que há anos é professor na EBD, ou aquele coordenador que já tem toda a programação com antecedência agendada. O não estruturado é aquele que marca evangelismo no domingo de manhã para ser feito no domingo à tarde; ou aquele irmão que gosta de estar ali sempre para “quebrar galhos” (arrumar o som, comprar a água que faltou, etc).

E você: se motiva estando com pessoas ou realizando tarefas? Interagindo com pessoas ou realizando tarefas? Você é estruturado ou não estruturado?

É importante você se identificar, pois se prefere realizar tarefas, mas é eleito para um cargo onde estará se relacionando com pessoas, não aguentará muito neste cargo, e se aguentar não irá se sentir feliz e realizado. As pessoas devem estar no lugar certo realizando o que alegra o coração de Deus e o seu coração também.

O dom espiritual vai dizer o que você vai fazer (ensinar, profetizar...); o seu gosto pessoal indica onde você servirá melhor (no meio de pessoas ou fazendo tarefas) e o seu estilo pessoal indica como você servirá (estruturado ou não estruturado).